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EM BUSCA DE CONHECIMENTO
"É com o cliente que se aprende", diz consultora
Conhecimento acadêmico nem sempre se aplica na empresa
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Elaine Saad, diretora para a
América Latina da consultoria
organizacional Right Management, conta que se assusta
quando um cliente solta: "Não
tenho algo; vou fazer um MBA
para obter esse algo".
Para ela, muitos procuram o
curso ansiando receber algo em
troca, o que não é saudável. "O
MBA é instrumento para adquirir conhecimento, mas esse
ganho vem da experiência."
Ninguém sai do MBA, segundo
ela, com conhecimento corporativo, e sim acadêmico. "É com
o cliente que se aprende."
Saad considera o conhecimento financeiro importante,
mas acha que o curso deve oferecer "experiência vivencial" e
aconselha o futuro aluno a procurar uma opção que a possibilite. Outro passo para não errar
na escolha é buscar orientação
na hora da entrevista de seleção
da escola. "O professor deve verificar o objetivo do aluno. O
Fernando [Cesarini, leia à pág.
9] deve ter sido mal orientado
no primeiro MBA que cursou",
exemplifica. O principal ganho
dos MBAs, para ela, é o fato de
"exercitarem o raciocínio" de
quem está estagnado.
"In company"
O advogado Eduardo Benetti
(leia na pág. 9) deverá ganhar
bom conhecimento com o curso, segundo Saad, mas o convívio com os clientes ainda vai
continuar sendo mais importante. "Ele não vai sair do MBA
conhecendo as práticas que
permeiam uma organização."
Por isso algumas empresas
preferem cursos "in company",
focados nos negócios da companhia e geralmente realizados
em suas dependências. Mas as
aulas podem ocorrer nas escolas. "O aproveitamento é maior.
Longe da empresa, é mais fácil
tirar a cabeça do trabalho", explica Carlos de Barros Monteiro, diretor nacional de pós-graduação da ESPM.
Para o aluno, a diferença entre o "in company" e o MBA
aberto é pequena. "O que vai
faltar é o "networking'", avalia
Luca Borroni, presidente da
Anamba e coordenador de projetos "in company" do Ibmec.
Na Nestlé, o MBA "in company" é uma forma de adequar
as disciplinas e de reduzir a carga horária, já que o curso é otimizado. "Ele permite aos alunos o aprimoramento de competências devido ao desenvolvimento de trabalhos específicos, que podem ser aplicados
em nosso negócio", diz João
Dornellas, diretor de RH.
(RGV)
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