São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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EM BUSCA DE CONHECIMENTO

"É com o cliente que se aprende", diz consultora

Conhecimento acadêmico nem sempre se aplica na empresa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Elaine Saad, diretora para a América Latina da consultoria organizacional Right Management, conta que se assusta quando um cliente solta: "Não tenho algo; vou fazer um MBA para obter esse algo".
Para ela, muitos procuram o curso ansiando receber algo em troca, o que não é saudável. "O MBA é instrumento para adquirir conhecimento, mas esse ganho vem da experiência." Ninguém sai do MBA, segundo ela, com conhecimento corporativo, e sim acadêmico. "É com o cliente que se aprende."
Saad considera o conhecimento financeiro importante, mas acha que o curso deve oferecer "experiência vivencial" e aconselha o futuro aluno a procurar uma opção que a possibilite. Outro passo para não errar na escolha é buscar orientação na hora da entrevista de seleção da escola. "O professor deve verificar o objetivo do aluno. O Fernando [Cesarini, leia à pág. 9] deve ter sido mal orientado no primeiro MBA que cursou", exemplifica. O principal ganho dos MBAs, para ela, é o fato de "exercitarem o raciocínio" de quem está estagnado.

"In company"
O advogado Eduardo Benetti (leia na pág. 9) deverá ganhar bom conhecimento com o curso, segundo Saad, mas o convívio com os clientes ainda vai continuar sendo mais importante. "Ele não vai sair do MBA conhecendo as práticas que permeiam uma organização."
Por isso algumas empresas preferem cursos "in company", focados nos negócios da companhia e geralmente realizados em suas dependências. Mas as aulas podem ocorrer nas escolas. "O aproveitamento é maior. Longe da empresa, é mais fácil tirar a cabeça do trabalho", explica Carlos de Barros Monteiro, diretor nacional de pós-graduação da ESPM.
Para o aluno, a diferença entre o "in company" e o MBA aberto é pequena. "O que vai faltar é o "networking'", avalia Luca Borroni, presidente da Anamba e coordenador de projetos "in company" do Ibmec.
Na Nestlé, o MBA "in company" é uma forma de adequar as disciplinas e de reduzir a carga horária, já que o curso é otimizado. "Ele permite aos alunos o aprimoramento de competências devido ao desenvolvimento de trabalhos específicos, que podem ser aplicados em nosso negócio", diz João Dornellas, diretor de RH. (RGV)


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