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RELIGIÃO
Meios de comunicação de massa são o principal instrumento usado por evangélicos para expandir suas fronteiras
Pentecostais mostram sua força
DA SUCURSAL DO RIO
A busca de fiéis levou os evangélicos para as regiões Centro-Oeste e Norte -que têm, hoje, as
maiores proporções de evangélicos, respectivamente 19,1% e
18,3% de suas populações.
A expansão é marcada pela força das igrejas pentecostais -que
valorizam os dons do Espírito
Santo e têm cultos caracterizados
por expressões de êxtase.
Em 1991, os evangélicos pentecostais eram 8,1 milhões no Brasil.
Em 2000, chegaram a 17,6 milhões. São pentecostais, na classificação do IBGE, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Assembléia de Deus, entre outras.
A denominação pentecostal diferencia essas igrejas das evangélicas chamadas "de missão" (Luterana, Metodista, Presbiteriana),
que aqui estão graças a imigrantes
e a missionários estrangeiros.
O avanço evangélico dos últimos anos ocorre dentro daquilo
que a antropóloga Regina Novaes
chama de terceira onda pentecostal, marcada pelo uso dos meios
de comunicação de massa.
A primeira onda foi no começo
do século 20, com o surgimento
de igrejas como a Congregação
Cristã do Brasil (criada em 1910
em São Paulo) e a Assembléia de
Deus (criada em 1911 no Pará).
A segunda onda acompanha a
industrialização do país, a partir
dos anos 50, quando os evangélicos começam a usar os meios de
comunicação. Surgem igrejas como O Brasil para Cristo (criada
em 1955 em São Paulo).
A terceira onda é a do embate
frontal com a Igreja Católica, do
aumento da visibilidade evangélica e da consequente disputa do
espaço político -sempre usando
os meios de comunicação.
Na avaliação da antropóloga
Clara Mafra, a busca de novas
fronteiras explica o avanço no
Norte e no Centro-Oeste (em quase todos os Estados os evangélicos
são 20% ou mais da população).
Autora de um estudo sobre esses fiéis em Rondônia, o Estado
com maior proporção de evangélicos na população (27,75%), a antropóloga destaca também que,
onde eles crescem, aumentam
também os sem-religião -o que
revela o descontentamento em relação à Igreja Católica, expresso
pela troca de religião ou pela entrada no grupo dos sem-religião.
"Os evangélicos tendem a não
disputar tanto em lugares onde as
estruturas estão mais enrijecidas,
como no Nordeste", afirma Clara.
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