São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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BAGUNÇA

CLUBES APELAM À JUSTIÇA


Caxias e Figueirense atrasam definição da tabela da Série A; na Série B, problema é financeiro


Mais uma vez o Brasileiro começa após uma batalha judicial envolvendo alguns de seus participantes. Desta vez, os protagonistas da bagunça são o Figueirense, de Santa Catarina, e o Caxias, do Rio Grande do Sul, times que disputaram a última das 26 vagas do Nacional nos tribunais.
O imbróglio começou no ano passado, na última partida entre os dois clubes pelo quadrangular final da Série B.
Os catarinenses venceram por 1 a 0, mas o jogo foi encerrado pouco antes do fim dos acréscimos porque a torcida do Figueirense, que atuava em casa, invadiu o campo.
O resultado dava a vaga na elite ao time de Santa Catarina, mas o caso foi parar na Justiça desportiva, pois o juiz Alfredo Santos Loebeling havia confirmado que a partida não havia ido até o seu final.
Após batalhas no STJD, que acabaram beneficiando os gaúchos, o caso foi parar na Justiça comum. O STJ (Superior Tribunal de Justiça), atendendo à medida cautelar proposta pela CBF, cassou liminares estaduais concedidas a Caxias e Santa Cruz (PE) que os garantiam na elite do futebol nacional, recolocou o Figueirense na Série A e ainda impediu que juízes estaduais alterem a composição do Brasileiro.
A medida do STJ, que foi inédita, inibe uma prática corriqueira no futebol nos últimos anos, quando a CBF enfrentou uma enxurrada de ações judiciais de clubes que pretendiam integrar a divisão de elite. No ano retrasado, o problema foi com o Gama. No passado, com o Remo.
Mas a confusão não se limitou à Série A. Até a semana passada, os integrantes da Série B não sabiam se a competição sairia do papel. Os clubes diziam não ter condições financeiras de realizá-la, pediram ajuda à CBF, mas a confederação lavou as mãos. O Clube dos 13, então, ficou de ajudá-los a conseguir patrocínio para viabilizar a competição, cujos dois primeiros colocados sobem para a Série A no ano que vem.
Na próxima temporada, o torcedor pode se preparar. Novas disputas e confusões são previstas. As federações estaduais, lideradas por Rio de Janeiro e São Paulo, não aceitam a idéia do calendário da Globo e do Ministério do Esporte, que alonga o Nacional e reserva apenas dez datas para os torneios estaduais ou regionais. Prometem ir às últimas consequências para derrubá-lo.
O duelo promete.


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