São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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QUANDO FAZER?

Projeção da carreira dita melhor hora para o MBA

Iniciante, que não toma decisões, não aproveita benefícios do curso

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De trampolim para ascensão profissional, até o melhor curso de MBA pode virar um desperdício de tempo e de dinheiro se não for feito na hora certa.
"O curso adequado é o interessante para a carreira em quatro, cinco anos. Não adianta procurar o que será útil em 15 anos", diz Paulo Lemos, superintendente regional da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
Antes de se inscrever, segundo o professor, devem-se analisar as possibilidades de crescimento no futuro próximo. O curso é para profissionais em posições de nível gerencial e que tenham experiência de sete a dez anos.
"No começo da vida profissional, o papel das pessoas nas empresas é muito específico e técnico. Não tomam decisões, amparam o trabalho de quem define estratégias", afirma Anne Nemer, diretora do International Executive MBA da Universidade de Pittsburgh.
Como um MBA pode alavancar o crescimento profissional, muitos ficam ansiosos e procuram fazê-lo antes da hora -às vezes, logo depois da faculdade.
"Pessoas que ainda não são responsáveis pelo trabalho de uma equipe não acompanham as discussões em uma classe de MBA", aponta Marisabel Ribeiro, 50, diretora de desenvolvimento da Right Management.
Nesses casos, os alunos assimilam conteúdos de maneira apenas teórica. "É difícil ensinar liderança para quem nunca liderou", completa Osvino de Souza Filho, 55, coordenador dos programas de pós da Fundação Dom Cabral.

Adiando a família
Queimar etapas traz efeitos indesejáveis até no trabalho. "Se o profissional anuncia na empresa que faz MBA e todos sabem que não é a hora certa, seu discurso pode ser questionado por colegas", diz Ribeiro.
Cursos de especialização de caráter menos amplo são mais adequados para quem tem até quatro anos de formado. "É mais proveitoso fazer pós com ligação com suas atividades, como cursos intensivos de quatro meses sobre um determinado assunto", aconselha Ribeiro.
Rodrigo Del Claro, 30, diretor de relacionamento da Crivo, faz o MBA executivo do Ibmec-SP há cinco meses, e já passou por diferentes experiências em cargos gerenciais.
"Agora tenho uma posição estratégica e lido com criação e implementação de ações", diz.
Ele já havia feito três cursos de especialização -em gestão de projetos, marketing de serviços e planejamento e controle empresarial. "Não absorvi tudo o que podia. Tinha aula sobre balanço, por exemplo, mas nunca via um no trabalho."
Ele refletiu bastante antes de decidir fazer o curso. "Minha mulher e eu estamos casados há três anos e queremos ter um filho. Mas não seria possível conciliar isso com o MBA", conta. Resolveram esperar um pouco mais para ter o bebê. (ECL)


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