São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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USP

Engenheiro vira gerente e retorna às salas de aula

Alunos de MBA da Poli aprendem a administrar empreendimentos

JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O crescimento de 22,4% do PIB da construção civil nos últimos quatro anos -dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil e da Fundação Getulio Vargas- traz à tona novas questões e leva profissionais da área de volta à sala de aula.
A procura pelos cursos do Pece (Programa de Educação Continuada) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo cresceu 50% de 2007 para 2008. A instituição oferece programas específicos, como finanças, tecnologia da informação e mercado imobiliário.
Eliane Monetti, coordenadora do curso, calcula que 90% dos alunos sejam profissionais que estão em canteiros de obras, mas discutem aspectos gerenciais de empreendimentos. Eles têm entre 25 e 45 anos e atuam como engenheiros civis, gestores de projetos, gerentes, arquitetos e até advogados da área de construção civil.
A ex-aluna Clarisse Etcheverry, diretora da LaSalle Investment Management, empresa que atua com gestão de investimentos imobiliários, começou o MBA em 2006 para aprofundar conceitos de viabilidade de projetos e se atualizar sobre as práticas de mercado.
A opção por um curso especializado em sua área em vez de um executivo foi motivada pela necessidade de discutir aspectos peculiares ao segmento imobiliário, como análise de empreendimentos.
"Consegui aplicar muitos dos conceitos e enxergo as tendências com mais clareza", afirma. Outro aspecto positivo que ela destaca é a bibliografia extensa sobre um assunto que engatinha no Brasil. "Foi útil para comparação e ajuste de conceitos e práticas", relata, dizendo que sentiu falta de mais proximidade de possíveis produtos de financiamento.

Tradicional
Já no MBA da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os alunos tendem a ser um pouco mais jovens -têm de 25 a 35 anos- e ocupam cargos como analistas, gerentes e coordenadores.
Gabriel Bonilha, gerente de projetos regionais da Telefonica Europe - O2, preferiu fazer esse MBA. Para ele, a graduação havia dado o conhecimento técnico de que precisava, por isso ele preferiu o curso de economia de empresas da Fipe.
O MBA executivo tende a reunir pessoas de diversas áreas, o que, na opinião de Bonilha, foi positivo. O contato com colegas do setor financeiro, por exemplo, proporcionou novas formas de pensar e abriu a possibilidade de mirar cargos nessa área no futuro.
Ele comenta que o curso não foi rígido, mas considera isso outro ponto positivo. "Não queria ocupar muito do meu tempo fora da sala de aula", diz.
No entanto, ele acredita que os MBAs, de forma geral, têm sido banalizados pelo excesso de oferta e pela falta de critério na hora de escolher os alunos. "Em pouco tempo, o MBA não vai ser mais um diferencial."


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