|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
USP
Engenheiro vira gerente e retorna às salas de aula
Alunos de MBA da Poli aprendem a administrar empreendimentos
JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O crescimento de 22,4% do
PIB da construção civil nos últimos quatro anos -dados do
Sindicato da Indústria da Construção Civil e da Fundação Getulio Vargas- traz à tona novas
questões e leva profissionais da
área de volta à sala de aula.
A procura pelos cursos do Pece (Programa de Educação
Continuada) da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo cresceu 50% de 2007 para 2008. A instituição oferece
programas específicos, como
finanças, tecnologia da informação e mercado imobiliário.
Eliane Monetti, coordenadora do curso, calcula que 90%
dos alunos sejam profissionais
que estão em canteiros de
obras, mas discutem aspectos
gerenciais de empreendimentos. Eles têm entre 25 e 45 anos
e atuam como engenheiros civis, gestores de projetos, gerentes, arquitetos e até advogados
da área de construção civil.
A ex-aluna Clarisse Etcheverry, diretora da LaSalle Investment Management, empresa que atua com gestão de investimentos imobiliários, começou o MBA em 2006 para
aprofundar conceitos de viabilidade de projetos e se atualizar
sobre as práticas de mercado.
A opção por um curso especializado em sua área em vez de
um executivo foi motivada pela
necessidade de discutir aspectos peculiares ao segmento
imobiliário, como análise de
empreendimentos.
"Consegui aplicar muitos dos
conceitos e enxergo as tendências com mais clareza", afirma.
Outro aspecto positivo que ela
destaca é a bibliografia extensa
sobre um assunto que engatinha no Brasil. "Foi útil para
comparação e ajuste de conceitos e práticas", relata, dizendo
que sentiu falta de mais proximidade de possíveis produtos
de financiamento.
Tradicional
Já no MBA da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os alunos tendem a
ser um pouco mais jovens
-têm de 25 a 35 anos- e ocupam cargos como analistas, gerentes e coordenadores.
Gabriel Bonilha, gerente de
projetos regionais da Telefonica Europe - O2, preferiu fazer
esse MBA. Para ele, a graduação havia dado o conhecimento
técnico de que precisava, por
isso ele preferiu o curso de economia de empresas da Fipe.
O MBA executivo tende a
reunir pessoas de diversas
áreas, o que, na opinião de Bonilha, foi positivo. O contato
com colegas do setor financeiro, por exemplo, proporcionou
novas formas de pensar e abriu
a possibilidade de mirar cargos
nessa área no futuro.
Ele comenta que o curso não
foi rígido, mas considera isso
outro ponto positivo. "Não
queria ocupar muito do meu
tempo fora da sala de aula", diz.
No entanto, ele acredita que
os MBAs, de forma geral, têm
sido banalizados pelo excesso
de oferta e pela falta de critério
na hora de escolher os alunos.
"Em pouco tempo, o MBA não
vai ser mais um diferencial."
Texto Anterior: A cara da classe Próximo Texto: Frase Índice
|