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O QUE LEVAR
AVENTUREIROS, ECOLOGISTAS, FESTEIROS, INTELECTUAIS E RELIGIOSOS REVELAM O QUE NÃO DEIXAM DE CARREGAR
Carro vira geladeira, despensa e santuário
JULIANA GARÇON
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Acostumados às intempéries
das longas jornadas, Vilfredo e
Heloísa Schürmann, 55, que já
deram a volta ao mundo a bordo
de um veleiro, também se equipam para viajar em terra firme.
Na Renault Scénic em que levarão a filha Kat, 11, e os netos Emmanuel, 12, e Sebastian, 8, para
um roteiro em Santa Catarina,
não faltarão água, guardanapos,
toalhas, CDs de música infantil e
mapas para que as crianças possam "monitorar" o percurso.
Outro aventureiro, Sérgio Zolino, 35, adepto de corridas de
aventura, leva um arsenal bem
diferente em sua picape Mitsubishi L200: ferramentas, telefone,
rádio, lanterna e caneta.
Este último item, "para anotar
as idéias", também é indispensável, em qualquer percurso, para o
piloto Klever Kolberg, que corre
no Paris-Dacar. No deserto ou na
cidade, onde dirige um utilitário
esportivo Mitsubishi Pajero, ele
faz questão, ainda, de contar com
lenços ou guardanapos, papel
higiênico, um saquinho de lixo,
canivete e ferramentas.
O DJ Andy, 27, que usa o Palio
da namorada para chegar às raves
nas quais toca, prefere a boa e velha flanela para limpar e desembaçar os vidros. Água, salgadinhos e bolachas, dinheiro para
eventualidades, comprimidos para dor de cabeça e mal-estar, óculos escuros e bebidas energéticas
nunca faltam nas viagens do casal.
Proteção
Outro profissional de baladas,
Luiz Guilherme Sala, o DJ Feio,
45, conta que em sua Volkswagen
Parati há quase sempre muita sujeira, um rádio portátil (o carro
não tem aparelho de som), carregador e fones para celular, caneta,
saquinho de lixo, corda e caixa
de ferramentas. Mas essencial
mesmo é a água benta de Nossa
Senhora Aparecida: "Já passei vários apertos e estou aqui".
Também adepto de uma forma
de proteção, Ronaldo Linhares,
70, presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, prefere
a cobertura de uma guia (colar de
contas utilizado em reverência a
um orixá) pendurada no bracinho do espelho retrovisor.
Outro líder religioso, Muhamad
Nassib Mourad, presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana
de São Paulo, tem no carro fitas de
música e de versículos do Alcorão. Mas o primeiro item lembrado foi mesmo um potinho de balas que trouxe da Inglaterra.
O cineasta Beto Brant conta que
em seu Fiat Mille falta quase tudo
-"aparelho de som, suspensão,
torque, ar-condicionado, alto-falante e desembaçador de vidros"-, mas nunca gasolina.
Por sua vez, Mário Mantovani,
diretor da Fundação SOS Mata
Atlântica, carrega um "kit engajamento" no porta-malas: jornais
e informativos relativos ao ambiente. Ao alcance da mão ficam
mapas, fósforos, itens de primeiros socorros e camisinha. E, pa-
ra tornar as viagens inesquecíveis,
uma câmera digital.
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