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INDÚSTRIA
Mercado se fecha para executivo
Postos reabertos por empresas são de nível inferior ao dos cortados durante crise econômica
Só 2% das companhias oferecem salários acima de R$ 10,2 mil a seus novos contratados, aponta a pesquisa
DE SÃO PAULO
A oferta de novos empregos na indústria melhorou,
mas sua qualidade, nem tanto. "Há aumento de oportunidades para analistas e na
área técnica", diz Mariá Giuliese, diretora-executiva da
consultoria Lens & Minarelli.
"O mercado de gerência
média não melhorou muito,
e o de alta gerência ainda não
teve aumento", completa.
Dos novos contratados,
25% recebem de R$ 1.531 a R$
2.550, e 44% têm renda de
R$ 2.551 a R$ 5.100. Só 2% das
empresas pagam salário acima de R$ 10,2 mil ao recém-empregado, diz o Datafolha.
Uma explicação para isso
é que as empresas abrem vagas de nível inferior ao das
cortadas durante a crise.
A mesma pesquisa Datafolha realizada em 2009 apontou que 44% das indústrias
haviam demitido gerentes, e
7%, diretores. Já neste ano,
17% das indústrias afirmaram que contrataram gerentes, e apenas 1% empregou
no nível de diretoria.
Por outro lado, as empresas estão escalonadas de maneira diferente. "A crise as
ensinou a trabalhar com estruturas mais enxutas", afirma Marcelo De Lucca, diretor-executivo da consultoria
Michael Page.
Em níveis seniores, a indústria começa a contratar
profissionais para trabalhar
em projetos específicos, terceirizando o emprego. "Há
uma tendência de contratos
independentes para resolver
problemas pontuais", afirma
Giuliese.
RETOMADA
A perspectiva é que o crescimento estável da economia
ajude a criar mais postos, inclusive para executivos.
O panorama é positivo, dado que o número de horas pagas cresce mês a mês -o acumulado do primeiro quadrimestre foi de 2,5%, de acordo
com o Caged. O ciclo normal
é ampliar as horas trabalhadas dos empregados antes de
contratar, o que sinaliza novas vagas em breve.
"Para que se reconstrua o
nível de contratação, é necessário manter o crescimento
da produção por pelo menos
um ano", afirma Denis Ribeiro, diretor econômico da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia.
Com a manutenção do ritmo da economia, "as contratações voltarão a ocorrer em
cargos de senioridade", considera De Lucca.
(CC)
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