São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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INDÚSTRIA

Mercado se fecha para executivo

Postos reabertos por empresas são de nível inferior ao dos cortados durante crise econômica

Só 2% das companhias oferecem salários acima de R$ 10,2 mil a seus novos contratados, aponta a pesquisa

DE SÃO PAULO

A oferta de novos empregos na indústria melhorou, mas sua qualidade, nem tanto. "Há aumento de oportunidades para analistas e na área técnica", diz Mariá Giuliese, diretora-executiva da consultoria Lens & Minarelli.
"O mercado de gerência média não melhorou muito, e o de alta gerência ainda não teve aumento", completa.
Dos novos contratados, 25% recebem de R$ 1.531 a R$ 2.550, e 44% têm renda de R$ 2.551 a R$ 5.100. Só 2% das empresas pagam salário acima de R$ 10,2 mil ao recém-empregado, diz o Datafolha.
Uma explicação para isso é que as empresas abrem vagas de nível inferior ao das cortadas durante a crise.
A mesma pesquisa Datafolha realizada em 2009 apontou que 44% das indústrias haviam demitido gerentes, e 7%, diretores. Já neste ano, 17% das indústrias afirmaram que contrataram gerentes, e apenas 1% empregou no nível de diretoria.
Por outro lado, as empresas estão escalonadas de maneira diferente. "A crise as ensinou a trabalhar com estruturas mais enxutas", afirma Marcelo De Lucca, diretor-executivo da consultoria Michael Page.
Em níveis seniores, a indústria começa a contratar profissionais para trabalhar em projetos específicos, terceirizando o emprego. "Há uma tendência de contratos independentes para resolver problemas pontuais", afirma Giuliese.

RETOMADA
A perspectiva é que o crescimento estável da economia ajude a criar mais postos, inclusive para executivos.
O panorama é positivo, dado que o número de horas pagas cresce mês a mês -o acumulado do primeiro quadrimestre foi de 2,5%, de acordo com o Caged. O ciclo normal é ampliar as horas trabalhadas dos empregados antes de contratar, o que sinaliza novas vagas em breve.
"Para que se reconstrua o nível de contratação, é necessário manter o crescimento da produção por pelo menos um ano", afirma Denis Ribeiro, diretor econômico da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia.
Com a manutenção do ritmo da economia, "as contratações voltarão a ocorrer em cargos de senioridade", considera De Lucca. (CC)


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