Neste ano, 41% das companhias pretendem pagar bonificação anual superior à de 2009

No pacote de benefícios, serviços de assistência jurídica e psicológica passam a ser oferecidos aos funcionários

BRUNA BORGES
DE SÃO PAULO

Com o reaquecimento do mercado, empresas investem em estratégias para reter e atrair profissionais. Uma das mais efetivas é a oferta de benefícios e de remuneração variável, como bônus anual, atrelado ao desempenho.
Neste ano, elas não pretendem cortar benefícios e recompensas, como aconteceu em 2009, devido aos efeitos da crise econômica.
Elas vão em outra direção: 41% das companhias que concederão o benefício neste ano pagarão um valor superior ao de 2009, segundo a pesquisa Datafolha. No ano passado, apenas 15% ampliaram a quantia em relação à concedida em 2008.
As empresas do setor de comércio são as mais animadas -65% das entrevistadas pagarão bônus.
Na indústria -onde 47% dão a bonificação-, alguns segmentos estão mais aquecidos, como o de construção civil, o automobilístico, o de energia e o farmacêutico, segundo Marcos Morales, consultor da área de bônus da Towers Watson.
Passado o receio dos efeitos da crise, outros tipos de benefício -como o flexível (leia na pág. 19) e a assistência pessoal- são oferecidos, ainda que lentamente, diz Ronn Gabay, consultor da área de práticas de benefícios da Hewitt Associates.

ASSISTÊNCIA PESSOAL
Uma opção que tende a ser mais ofertada é o EAP (Employee Assistance Program), um serviço de apoio a problemas pessoais dos empregados, como assistência jurídica e atendimento psicológico, explica César Lopes, consultor da Towers Watson.
As informações referentes aos profissionais são confidenciais, mas, a partir de estatísticas, as empresas podem melhorar as condições de trabalho para reduzir gastos com esses problemas.
Em levantamento feito pela Towers Watson, 27% das companhias afirmaram adotar o modelo. A pesquisa foi realizada em 2008 com 168 empresas nacionais e multinacionais de vários setores.
O crescimento da oferta e a diversificação dos benefícios ocorrem porque as empresas estão se esforçando para reter seus talentos e conquistar novos profissionais destacados, aponta Lopes.
"O empresário aprimora o pacote de benefícios porque vê o que o concorrente está fazendo e não quer perder espaço", completa o consultor.


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