São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

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ORTOPEDIA

Irmão doente inspirou escolha da carreira na infância

DA REPORTAGEM LOCAL

As paredes dos numerosos corredores e salas da clínica do ortopedista Moisés Cohen, 55, estão repletas de lembranças dos pacientes. São camisas esportivas e capacetes, autografados por atletas como Raí, Rogério Ceni, Jadel Gregório, Rubens Barrichello e Lars Grael.
Até ser um dos ortopedistas mais conhecidos do Brasil, Cohen percorreu um longo caminho. Quando pequeno, morava com os pais e quatro irmãos em um quarto-e-sala em São Paulo. Um dos irmãos teve uma doença hematológica e morreu aos 14 anos, e foi nas idas e vindas aos postos de saúde que ele decidiu se tornar médico.
"Sou o filho mais velho e aquilo marcou muito a minha infância. Acompanhava a minha mãe aos médicos, nas filas. Aí firmei essa ideia [de estudar medicina], mesmo sabendo que o futuro não seria fácil."
E não foi mesmo. Cohen começou a trabalhar aos 12 anos -foi office-boy e balconista de loja. Conseguiu bolsa em um cursinho pré-vestibular, onde passava as manhãs: de tarde trabalhava e, à noite, ia para a aula. No início da faculdade, deu aulas para se manter. "Tive que me virar. Até em coral eu cantava", conta ele, que ainda canta como hobby.
"Estava determinado a fazer ortopedia, e a determinação é uma característica minha. Não desisto nunca", diz ele, que hoje atende atletas de baixa renda em um projeto da Unifesp.
A ida aos EUA, onde estudou por seis meses, foi outra "novela". "Não me pergunte como, mas fui sozinho, logo depois do nascimento de minha segunda filha, passar seis meses com menos de US$ 3.000."
As duas filhas de Cohen, que é casado há 27 anos, hoje fazem residência em ortopedia.
Para o médico, o maior estímulo à prática esportiva e a maior competitividade são razões para a ocorrência de mais lesões. "No afã de fazer uma atividade muito intensa, as pessoas exageram. É preciso conhecer os limites através de uma boa avaliação", afirma.
A rotina do médico começa às 6h e vai até meia-noite. "Sou plugado 24 horas", diz. Quando sobra tempo, Cohen gosta de jogar futebol. Ele diz que é um "peladeiro insistente". "Vários colegas hoje jogam golfe, mas ainda não cheguei a essa fase. Acho que ainda tenho um pouco de energia para queimar jogando minha bolinha." (FM)


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