Depois de aprovar a emenda que introduziu a reeleição no país, Fernando Henrique Cardoso se preparava, em 1998, para disputar a eleição para seu segundo mandato.
A Copa da França entrou em seu jogo político. Até seu slogan, "Avança Brasil", foi pensado também como uma forma de aproveitar o time nacional. Então detentor da taça e com Ronaldo em forma espetacular, a seleção tinha ares de grande favorita.
Eram tempos em que o real ainda peitava o dólar, e a inflação já parecia controlada. E antes também das disputas mais sérias entre o governo do PSDB e a CBF.
Só que o tucano se empolgou demais e colocou os carros na frente dos bois.
Antes mesmo da final contra a França, o presidente, empolgado com a vitória épica nos pênaltis sobre a Holanda nas semifinais, acertou com a CBF que a seleção seria recepcionada por ele em Brasília, onde Fernando Henrique levaria a taça e teria a chance de surfar na popularidade do futebol.
Mas Zidane estragou a festa, que acabou acontecendo nas ruas da Paris. Já o presidente ganhou uma fama de pé-frio que só iria se encerrar quatro anos depois, em gramados asiáticos. (PC)



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