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GUERRA NA AMÉRICA
Associated Press
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Membros do grupo extremista islâmico Taleban, que controla quase todo o Afeganistão e ameaça uma "guerra santa" caso seja atacado pelos Estados Unidos em retaliação e atentados |
Taleban convoca islâmicos à guerra
O líder do Taleban, mullah Muhammad
Omar, convocou ontem uma "guerra santa"
contra qualquer país que ataque o Afeganistão. O movimento extremista islâmico, que
controla quase todo o Afeganistão, alertou
ainda os países vizinhos sobre o "extraordinário perigo" ao qual estarão sujeitos se ajudarem os EUA na retaliação aos ataques terroristas contra Nova York e o Pentágono, na terça-feira, que deixaram quase 5.000 pessoas desaparecidas.
O chanceler do Taleban disse que, caso os
vizinhos cooperem com os EUA, o grupo fará
uso de suas tropas para se vingar. "Se um país
vizinho ou da região -particularmente países
islâmicos- derem uma resposta positiva ao
pedido norte-americano de bases militares, isso desencadeará uma grande ameaça", disse o
mullah (líder religioso islâmico) Abdul Salam
Zaeef, representante da política externa do Taleban e embaixador do grupo no Paquistão.
"Todo muçulmano deve estar preparado
para uma guerra santa contra essa ameaça e
estar preparado religiosamente para o caso de
ter de se sacrificar pelo Islã", disse o líder religioso do Taleban à rádio Voz de Shariat.
O líder terrorista saudita Osama bin Laden,
principal suspeito de comandar os atentados,
vive no Afeganistão e tem laços estreitos com o
Taleban. Os EUA já chegaram a dizer na semana passada que irão "eliminar o Estado" que
abrigue ou apóie pessoas ou grupos envolvidos nos ataques.
As ameaças dos EUA já estão promovendo
um êxodo de afegãos da capital, Cabul. Estrangeiros começaram a deixar o país já na quarta-feira, e ontem o Taleban os exortou a partir
"para sua própria segurança".
O mullah Omar disse ontem que o Afeganistão é um alvo óbvio porque é um verdadeiro Estado muçulmano. "Vocês devem saber
que não se trata apenas da questão de Osama
[bin Laden", mas da oposição ao Islã", disse.
Omar lembrou que os impérios britânico e
russo falharam ao tentar impor sua vontade
aos afegãos nos dois últimos séculos e exortou
a população a manter-se firme em caso de um
ataque dos EUA e de outros possíveis aliados.
Ele disse que os muçulmanos não devem temer a morte e que cada um deve estar preparado para morrer por sua fé. A "guerra santa" islâmica se inclui no conceito de "jihad" -o
"esforço" que o muçulmano deve desempenhar para difundir e proteger o islamismo.
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