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Nova Jersey quer ser a sede de 20%
dos imóveis "financeiros" de NY
ESTELA CAPARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Da noite para o dia, Nova Jersey
se transformou na nova casa de
dezenas de empresas e instituições financeiras. É para lá que
muitas firmas migraram depois
que o atentado ao World Trade
Center destruiu 20% do espaço
comercial da baixa Manhattan.
Entre as empresas estão os bancos Credit Suisse First Boston,
Merrill Lynch, Lehman Brothers,
a empresa de serviços financeiros
Standard Chartered e a empresa
de cartões American Express. O
número pode crescer. Pelo menos
650 ocupantes do World Trade
Center estão procurando novas
locações para seus negócios.
Algumas das empresas decidiram ocupar locais provisórios em
cidades de Nova Jersey, previamente preparados para atendê-las em casos de emergência. Outras, no entanto, resolveram permanecer por mais tempo no Estado para aproveitar vantagens na
área fiscal e de segurança.
Um exemplo é a empresa de
cartões American Express, que
estava sediada no World Financial Center, complexo localizado
próximo ao WTC. Com o atentado, a empresa está negociando
um contrato de três anos para
ocupação de um espaço comercial de 30 mil metros quadrados
em Parsippany, Nova Jersey.
A Lehman Brothers, que também tinha escritórios no World
Financial Center, alugou na quinta-feira 20 mil metros quadrados
na cidade de Jersey.
Em meio à busca por espaço, as
empresas optaram por Nova Jersey por diversas razões. O Estado
é próximo à ilha de Manhattan,
oferece boa infra-estrutura, tem
espaço comercial disponível e
oferece vantagens fiscais. Para se
ter uma idéia, Nova Jersey não tributa aluguéis comerciais, estoques e receitas brutas do varejo,
segundo informou a assessoria do
governo. O Estado também oferece benefícios para empresas em
expansão que criam, no mínimo,
25 empregos diretos em um ano.
Além disso, o Estado tem a oitava maior população dos Estados
Unidos, com 8,4 milhões de habitantes e uma economia voltada
para a área de serviços e comércio. "Nova Jersey não pode ser superada como local para negócios", afirma o governo em um site oficial.
Nova Jersey, no entanto, não está sozinha no corre-corre pelo espaço. As empresas atingidas pelo
atentado também têm sondado
outros locais próximos a Manhattan. Uma pesquisa feita pela corretora americana Grubb & Ellis
afirma que há 2,2 milhões de metros quadrados disponíveis no
norte de Nova Jersey, no sul de
Connecticut, em Long Island e no
condado de Westchester. Estimativas mostram que cerca de 2,8
milhões de metros quadrados de
área comercial foram destruídos
em Manhattan com o atentado da
semana passada.
Devido à comoção diante do
atentado, os governos e as corretoras de imóveis têm evitado divulgar publicamente os benefícios para as empresas em migração. A ordem é oferecer a ajuda, a
preço de custo. "Não conversei
com nenhuma pessoa que tenha
tentado tirar vantagem da situação. As pessoas estão oferecendo
aluguéis a preço de custo", disse
um vice-presidente da Lehman
Brothers à Bloomberg.
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