|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Japão lidera restrição; Suíça tolera mais
DA REPORTAGEM LOCAL
Tanto na Suíça, que não tem
restrições ao porte e à compra de
armas, quanto no Japão, onde esse comércio é altamente limitado,
os índices de homicídios são baixos: 1 morte a cada 100 mil suíços
e 0,6 a cada 100 mil japoneses. No
Brasil, é de 29 por 100 mil.
Números tão próximos em países com regras tão distintas levam
defensores do "sim" e do "não" a
darem explicações diferentes.
Para a pesquisadora Josephine
Borgois, do movimento Viva Rio
(pelo "sim"), a banalização do uso
de armas, como há no Brasil, é o
fator principal para o alto índice
de mortes por arma. "Os números provam que, nos países onde
há muitas armas e pouco controle, a taxa de mortes é maior."
Já o coronel da reserva do Exército Marco Antonio dos Santos, ligado ao movimento Viva Brasil
(pelo "não"), diz que é semelhante o índice de mortes em países
que vetam o comércio de armas
com aqueles que autorizam. "A
Suíça tem o porte e a comercialização de armas autorizado. O Japão, não. E a taxa de homicídios
dos dois países é muito baixa."
A comparação com países desenvolvidos não leva em conta o
grau de desenvolvimento e qualidade de vida das nações. No Japão, um dos mais baixos índices
de homicídio do mundo (0,6 por
100 mil habitantes), o porte de arma só é permitido para policiais e
praticantes de tiro. A Suíça (1 para
cada 100 mil) não restringe o porte. Até os reservistas guardam armamentos do Exército em casa.
Na Jamaica, onde a posse é vetada desde 1974, a taxa é de 31 homicídios a cada 100 mil habitantes,
uma das mais altas do mundo -e
próxima da brasileira. Em comum, os dois países latinos têm
uma população mais pobre que
Japão e Suíça e índice de qualidade de vida (IDH) inferior: o Brasil
é o 63º em 177 países e a Jamaica,
98ª. A Suíça é a 7ª e o Japão, 11º.
O IDH mede o desenvolvimento humano e tem, entre seus componentes, a renda per capita e a
expectativa de vida -esta muito
afetada pelas mortes violentas.
Nos EUA, venda e porte são autorizados em quase todos os Estados. A exigência é que o comprador não tenha antecedente criminal. A taxa de homicídios é de 9
casos para 100 mil habitantes.
A Inglaterra limitou, em 1997, o
porte e o comércio a armas de calibre inferior a 22 mm (as mais
usadas, como alguns revólveres,
pistolas e carabinas). Os índices
de homicídios são considerados
baixos: 1,4 para cada 100 mil.
Na Itália, com 2 homicídios por
100 mil, e França (1,5), porte e comércio são restritos a alguns tipos
de calibre. A população pode ter
armas "comuns", como revólver.
Texto Anterior: As regras em vigor: Referendo discute só uma das restrições do estatuto Próximo Texto: 1 - NÃO! Índice
|