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Público faz ola ao som da bateria
do enviado especial ao Rio
O sucesso do desfile da Mocidade
Independente correu pela avenida
como uma onda. Na crista dela estavam a famosa bateria nota 10 da
escola e seu mestre Jorjão, de volta
este ano da Viradouro, onde inovou com uma batida funk.
Foi assim durante todos os 76
minutos do desfile da escola: a bateria chegava, mestre Jorjão comandava uma paradinha em dois
ou três tempos, e a galera levantava, com os braços para o ar. Parecia uma ola de jogo de futebol.
Mestre Jorjão apitava de novo, e
a bateria engatava, no ato. Ao seguir em frente, deixava atrás sempre o mesmo coro: "É-cam-pe-ã".
Mas Jorjão, comandante, não se
deixava contagiar, nem sorria.
Quando o tempo começou a apertar, ouviu, em silêncio, do alto de
seu 1,90 m de altura, as reclamações querendo que se apressasse.
Sem alterar o passo, manobrou a
bateria até a linha amarela que determina o fim do desfile.
E, ali, mandou todo mundo estacionar. Faltavam seis minutos para
acabar o tempo. Foram quase dois
minutos de êxtase para a multidão
de componentes que se recusava a
sair da dispersão. Impassível, Jorjão apitou mais uma vez e balançou os braços. Foi o sinal para a bateria ultrapassar a linha amarela.
Rumo à saída, o mestre desviou-se de passistas e vendedores, sem
perder a marcação da bateria.
Só desligou o samba quando a
bateria chegou em frente ao caminhão que transportaria os instrumentos. E foi ajudar a carregar os
bumbos, caixas e cuícas.
(RV)
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