São Paulo, Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 1999
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Público faz ola ao som da bateria

do enviado especial ao Rio

O sucesso do desfile da Mocidade Independente correu pela avenida como uma onda. Na crista dela estavam a famosa bateria nota 10 da escola e seu mestre Jorjão, de volta este ano da Viradouro, onde inovou com uma batida funk.
Foi assim durante todos os 76 minutos do desfile da escola: a bateria chegava, mestre Jorjão comandava uma paradinha em dois ou três tempos, e a galera levantava, com os braços para o ar. Parecia uma ola de jogo de futebol.
Mestre Jorjão apitava de novo, e a bateria engatava, no ato. Ao seguir em frente, deixava atrás sempre o mesmo coro: "É-cam-pe-ã".
Mas Jorjão, comandante, não se deixava contagiar, nem sorria. Quando o tempo começou a apertar, ouviu, em silêncio, do alto de seu 1,90 m de altura, as reclamações querendo que se apressasse.
Sem alterar o passo, manobrou a bateria até a linha amarela que determina o fim do desfile.
E, ali, mandou todo mundo estacionar. Faltavam seis minutos para acabar o tempo. Foram quase dois minutos de êxtase para a multidão de componentes que se recusava a sair da dispersão. Impassível, Jorjão apitou mais uma vez e balançou os braços. Foi o sinal para a bateria ultrapassar a linha amarela.
Rumo à saída, o mestre desviou-se de passistas e vendedores, sem perder a marcação da bateria.
Só desligou o samba quando a bateria chegou em frente ao caminhão que transportaria os instrumentos. E foi ajudar a carregar os bumbos, caixas e cuícas. (RV)




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