São Paulo, domingo, 18 de outubro de 2009

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CARREIRA

Para maioria, curso não leva a promoção

Quem mira a ascensão deve desenvolver competências e compreender as políticas de promoção de sua empresa

CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de muitos apostarem no MBA como diferencial competitivo, cursá-lo não é sinônimo de emprego ou promoção.
Um indício disso é que a maioria (52%) dos entrevistados que estão na mesma empresa ou não trabalhavam antes não foi promovida após fazer o curso. E esse índice foi 11 pontos maior do que o de pesquisa sobre esse tema feita pelo instituto em 2007.
A especialização capacita o profissional para desempenhar função gerencial e ter visão do todo na empresa. Bem aproveitadas, essas competências podem resultar em promoção ou em um emprego melhor.
"O que determina não é o currículo, é o resultado que o profissional alcança por ter sua capacidade potencializada pelo MBA", explica Patrícia Molino, sócia da KPMG no Brasil.
Quem está empregado e pretende crescer na mesma companhia deve buscar saber o quanto o MBA interessa para ela e se há incentivos corporativos para se dedicar ao estudo.
"Além de conversar com o departamento de RH, é importante olhar se os seus superiores têm MBA e entender, dentro da política da empresa, como funcionam as promoções e os incentivos", explica Fernanda Pomin, sócia-diretora da área de consultoria de talentos da Korn/ Ferry International.

Outra pós
Segundo a pesquisa Datafolha, 17% dos entrevistados apontaram como objetivo principal ao fazer o curso disputar ou pleitear cargos melhores.
Mas, para crescer, nem sempre o MBA é o melhor caminho -e nem todas as empresas dão o mesmo valor ao título.
"A primeira coisa é ter um plano de carreira e ver que capacitações faltam. Às vezes, é melhor fazer uma pós-graduação em um tema específico", sugere Claudinei Santos, diretor de projetos de pós-graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Molino, da KPMG, recomenda balancear o lado gestor com o técnico. "Se o profissional tem uma faculdade mais técnica, deve procurar um MBA. Se a faculdade foi generalista, deve procurar uma pós específica."
Algumas empresas oferecem programas de educação corporativa. Neles, o potencial dos funcionários é avaliado, e são apontados os cursos desejáveis em sua área -é o que acontece, por exemplo, na Volvo.
Mesmo tendo indicado o curso e, muitas vezes, pagado por ele, a empresa não necessariamente tem um plano de promoção para o funcionário.
"Não é porque ele fez o curso que terá ascensão, mas com certeza estará melhor preparado para outro recrutamento dentro da empresa", avalia Rubens Cieslak, responsável por educação corporativa da Volvo.
Segundo o Datafolha, 65% dos entrevistados acreditam que o mercado de trabalho valoriza muito o MBA para conceder promoções, enquanto apenas 34% acreditam que a empresa em que trabalham valoriza muito o MBA na hora de conceder promoções.


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