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"NETWORKING"
Rede de contatos não é prioridade na escolha
Só 4% miram novas relações profissionais ao fazer curso, e 9% ficam insatisfeitos com resultado
DA REPORTAGEM LOCAL
No mundo executivo, quem
descartaria a importância dos
contatos pessoais? Em uma sala de MBA, porém, sua relevância muda: só 4% dos entrevistados pelo Datafolha tinham o
"networking" como objetivo
principal ao fazer o curso.
Uma explicação para a pouca
atenção dada a esse aspecto pode ser a possibilidade de tecer
outras redes profissionais pela
internet, como no LinkedIn.
"O MBA não é mais o único
caminho", sugere Fernanda
Pomin, sócia-diretora da
Korn/Ferry International.
Na pesquisa, chama a atenção a insatisfação com o "networking". Esse quesito teve um
dos maiores percentuais de insatisfeitos (9%).
Muita gente espera conhecer
diretores de empresas durante
as aulas. Para não se decepcionar, é preciso fazer uma escolha realista da instituição de
ensino e ajustar expectativas.
"A escola tem que fazer uma
seleção para proporcionar um
certo nível de aluno, pois aquele que é quase diretor não quer
estar na mesma sala de um novato", avisa John Schulz, sócio-fundador da BBS.
Antes de se matricular, é importante perguntar qual é o
perfil de quem frequenta o curso e conversar com ex-alunos e
professores, se possível.
"A sala precisa ter diversidade: pessoas em áreas gerenciais
de setores diferentes, com um
número maior de profissionais
experientes e um número menor de pessoas em início da carreira", opina Celso Grisi, coordenador do MBA de gestão de
negócios e operações internacionais da FIA.
Fazer contatos
Escolher bem o perfil da turma é só o começo. "O aluno que
chega mais tarde, sai mais cedo
e não participa de trabalhos
não vai fazer um "network" interessante", alerta Patrícia Molino, sócia da KPMG no Brasil.
O comportamento do estudante será a imagem que ele
passará para colegas e professores -e a que contará para ser
lembrado para uma vaga.
"Você é escolhido em sala de
aula por ser colaborativo. O
profissional tem que compartilhar decisões e trabalhar em
equipe", argumenta Ricardo
Bevilacqua, diretor para a Flórida e a América Latina da Robert Half.
Ao final do curso, os contatos
devem ser mantidos. Um almoço uma vez por trimestre, por
exemplo, é uma boa pedida.
Outra dica é organizar eventos semestrais para reunir colegas e debater determinados assuntos para ver o que pensam
pessoas de outros lugares.
Para quem quer trocar de ramo, essa rede pode ser essencial. "Além de dar argumentos
para a mudança de área, abre
um leque de visão e de contatos", acredita Bevilacqua.
(CC)
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