São Paulo, domingo, 18 de outubro de 2009

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"NETWORKING"

Rede de contatos não é prioridade na escolha

Só 4% miram novas relações profissionais ao fazer curso, e 9% ficam insatisfeitos com resultado

DA REPORTAGEM LOCAL

No mundo executivo, quem descartaria a importância dos contatos pessoais? Em uma sala de MBA, porém, sua relevância muda: só 4% dos entrevistados pelo Datafolha tinham o "networking" como objetivo principal ao fazer o curso.
Uma explicação para a pouca atenção dada a esse aspecto pode ser a possibilidade de tecer outras redes profissionais pela internet, como no LinkedIn.
"O MBA não é mais o único caminho", sugere Fernanda Pomin, sócia-diretora da Korn/Ferry International.
Na pesquisa, chama a atenção a insatisfação com o "networking". Esse quesito teve um dos maiores percentuais de insatisfeitos (9%).
Muita gente espera conhecer diretores de empresas durante as aulas. Para não se decepcionar, é preciso fazer uma escolha realista da instituição de ensino e ajustar expectativas.
"A escola tem que fazer uma seleção para proporcionar um certo nível de aluno, pois aquele que é quase diretor não quer estar na mesma sala de um novato", avisa John Schulz, sócio-fundador da BBS.
Antes de se matricular, é importante perguntar qual é o perfil de quem frequenta o curso e conversar com ex-alunos e professores, se possível.
"A sala precisa ter diversidade: pessoas em áreas gerenciais de setores diferentes, com um número maior de profissionais experientes e um número menor de pessoas em início da carreira", opina Celso Grisi, coordenador do MBA de gestão de negócios e operações internacionais da FIA.

Fazer contatos
Escolher bem o perfil da turma é só o começo. "O aluno que chega mais tarde, sai mais cedo e não participa de trabalhos não vai fazer um "network" interessante", alerta Patrícia Molino, sócia da KPMG no Brasil.
O comportamento do estudante será a imagem que ele passará para colegas e professores -e a que contará para ser lembrado para uma vaga.
"Você é escolhido em sala de aula por ser colaborativo. O profissional tem que compartilhar decisões e trabalhar em equipe", argumenta Ricardo Bevilacqua, diretor para a Flórida e a América Latina da Robert Half.
Ao final do curso, os contatos devem ser mantidos. Um almoço uma vez por trimestre, por exemplo, é uma boa pedida.
Outra dica é organizar eventos semestrais para reunir colegas e debater determinados assuntos para ver o que pensam pessoas de outros lugares.
Para quem quer trocar de ramo, essa rede pode ser essencial. "Além de dar argumentos para a mudança de área, abre um leque de visão e de contatos", acredita Bevilacqua. (CC)


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