São Paulo, domingo, 18 de outubro de 2009

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SALÁRIO

Aumento nem sempre contenta

Um terço dos entrevistados se diz insatisfeito com elevação da remuneração; essa alta foi de 29%, em média, diz Datafolha

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aumento de salário tem sido um reflexo mais comum do que promoção para quem se especializa em gestão, aponta o Datafolha: 52% dos entrevistados que não mudaram de emprego passaram a ganhar mais.
A média do aumento foi de 29%. Mas o valor pode não ter sido suficiente, pois 31% dos entrevistados se declararam pouco ou nada satisfeitos com esse quesito.
Francisco Ramirez, professor de gestão de pessoas do Insper, acha que o número é muito bom. "Nenhuma empresa subiu os salários de 50% dos funcionários nesse período."
Para Danilo Castro, gerente-executivo da Page Personnel, o aumento deve ser esperado em médio ou longo prazo.
Segundo a pesquisa Datafolha, 35% dos entrevistados receberam acréscimo no pagamento em até um ano após o término do curso.
"Um ano é pouco para averiguar os resultados. Um prazo de até 18 meses é razoável", concorda Adalberto Fischmann, secretário-executivo da Anamba (Associação Nacional de MBA) e diretor educacional da escola de negócios da FIA.
"Cursos não muito reconhecidos não vão necessariamente alavancar o salário do profissional", explica Juliano Ballarotti, gerente da área de engenharia e manufatura da consultoria de recrutamento Michael Page. Para ele, MBAs feitos no exterior têm mais chances de resultar em maiores ganhos.
Para turbinar o salário, é preciso apostar na negociação, pondera Patrícia Epperlein, sócia-diretora da consultoria de recrutamento de executivos Mariaca. "Se o profissional faz um MBA e não obtém aumento, significa que algo não foi bem combinado com a empresa. Tem que haver diálogo."
"Quando o profissional procura a empresa antes de fazer o curso no exterior e ela resolve custeá-lo, seu salário é naturalmente alavancado no momento da volta", afirma Ballarotti.

Questão de fase
O aumento também depende do desempenho da empresa -e pode ser impossível em épocas de crise econômica ou de reestruturação, avalia Willian Bull, 50, consultor sênior da Mercer.
O momento da carreira também conta. O MBA só levará a um salário melhor se houver condições reais de crescimento profissional, algo que inclui assumir mais responsabilidades.
Para chegar a cargos mais altos -que levarão a salários mais polpudos-, contudo, pode ser um diferencial competitivo importante. "Se tenho dois funcionários com perfil semelhante, sendo que um tem MBA e outro não, ganha o aumento o que tem", ilustra Iarema Oliveira, líder de prática de remuneração da consultoria Hewitt Associates. (ECL)


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