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SALÁRIO
Aumento nem sempre contenta
Um terço dos entrevistados se diz insatisfeito com elevação da remuneração; essa alta foi de 29%, em média, diz Datafolha
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aumento de salário tem sido
um reflexo mais comum do que
promoção para quem se especializa em gestão, aponta o Datafolha: 52% dos entrevistados
que não mudaram de emprego
passaram a ganhar mais.
A média do aumento foi de
29%. Mas o valor pode não ter
sido suficiente, pois 31% dos
entrevistados se declararam
pouco ou nada satisfeitos com
esse quesito.
Francisco Ramirez, professor de gestão de pessoas do Insper, acha que o número é muito
bom. "Nenhuma empresa subiu os salários de 50% dos funcionários nesse período."
Para Danilo Castro, gerente-executivo da Page Personnel, o
aumento deve ser esperado em
médio ou longo prazo.
Segundo a pesquisa Datafolha, 35% dos entrevistados receberam acréscimo no pagamento em até um ano após o término do curso.
"Um ano é pouco para averiguar os resultados. Um prazo
de até 18 meses é razoável",
concorda Adalberto Fischmann, secretário-executivo da
Anamba (Associação Nacional
de MBA) e diretor educacional
da escola de negócios da FIA.
"Cursos não muito reconhecidos não vão necessariamente
alavancar o salário do profissional", explica Juliano Ballarotti,
gerente da área de engenharia e
manufatura da consultoria de
recrutamento Michael Page.
Para ele, MBAs feitos no exterior têm mais chances de resultar em maiores ganhos.
Para turbinar o salário, é preciso apostar na negociação,
pondera Patrícia Epperlein, sócia-diretora da consultoria de
recrutamento de executivos
Mariaca. "Se o profissional faz
um MBA e não obtém aumento, significa que algo não foi
bem combinado com a empresa. Tem que haver diálogo."
"Quando o profissional procura a empresa antes de fazer o
curso no exterior e ela resolve
custeá-lo, seu salário é naturalmente alavancado no momento da volta", afirma Ballarotti.
Questão de fase
O aumento também depende
do desempenho da empresa -e
pode ser impossível em épocas
de crise econômica ou de reestruturação, avalia Willian Bull,
50, consultor sênior da Mercer.
O momento da carreira também conta. O MBA só levará a
um salário melhor se houver
condições reais de crescimento
profissional, algo que inclui assumir mais responsabilidades.
Para chegar a cargos mais altos -que levarão a salários
mais polpudos-, contudo, pode ser um diferencial competitivo importante. "Se tenho dois
funcionários com perfil semelhante, sendo que um tem MBA
e outro não, ganha o aumento o
que tem", ilustra Iarema Oliveira, líder de prática de remuneração da consultoria Hewitt
Associates.
(ECL)
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