São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Em 20 anos, triplica o total de cirurgiões plásticos na cidade

Ribeirão tem 60 profissionais atuando na área, um para cada 10 mil habitantes

Mulheres fazem mais lipoaspiração e prótese de mama; público masculino costuma investir em cirurgias de lipo, nariz e pálpebras


DA FOLHA RIBEIRÃO

A busca pelo corpo perfeito fez crescer o total de cirurgiões plásticos em Ribeirão Preto de 17 para 60 em 20 anos. Eles chegam a operar de segunda a sábado, para atender a demanda. A cidade, hoje, tem um cirurgião a cada 10 mil habitantes, segundo especialistas da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), contra a média de um para 30 mil do interior de São Paulo.
Entre os procedimentos mais feitos pelas mulheres em Ribeirão estão a lipoaspiração e a prótese de mama e, para os homens, público que cresceu 20% nos últimos anos nas clínicas, lipoaspiração, nariz e pálpebra. Os jovens buscam a ginecomastia, que é a redução da glândula mamária.
"Prótese de mama hoje é o sonho de qualquer menina, de qualquer mulher. E muda muito a autoestima. Ela sai daqui se achando a "mulher maravilha'", disse o cirurgião Márcio Botteon, que chega a operar todos os dias nas férias escolares.
Dados da Silimed em Ribeirão, empresa de produção de implantes de silicone, mostram aumento de 27% nas vendas de próteses de mama e 8% nas vendas de próteses de glúteo de 2006 para 2007. As vendas na cidade corresponderam a 2% das vendas do país em mama e 7% das vendas de glúteo.
"Entre os fatores que contribuem para esse crescimento estão uma cultura hedonista de busca pela aparência, o poder econômico dessa população, que possui renda per capita significativa, além de a cidade ser pólo em medicina", disse Raul Gonzalez, cirurgião especialista em prótese glútea.
Segundo João de Moraes Prado Neto, presidente da SBCP em São Paulo, Ribeirão é a quinta cidade do interior do Estado com maior número de cirurgias -perde para a capital, litoral, região metropolitana de Campinas e São José do Rio Preto. "A migração para o interior surgiu na medida em que São Paulo tornou-se saturada. A partir daí, os profissionais voltaram sua atenção para as cidades mais ricas."
Já para Jayme Farina Júnior, chefe da divisão de cirurgia plástica da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP, a atração de cirurgiões e o número crescente de plásticas -estimadas em 3.000 ao mês- pode ser associado também à atração regional.
"Um cirurgião de maior destaque ou notoriedade acaba fazendo atendimentos no Estado e, às vezes, até internacionais, de modo que atrai pacientes que extrapolam os limites da sua própria região."
Embora existam cerca de 60 cirurgiões na cidade, apenas 37 têm o título de especialista credenciados junto às entidades da área. "A população deve ficar atenta, principalmente com a oferta de cirurgias a preços baixos", diz Farina Júnior. (MT e FC)


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