São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Vida noturna intensa atrai investidores do setor de bares

Mercado, que reúne 1.793 estabelecimentos, cresceu 30% em apenas dois anos

Com público diversificado, que inclui boa concentração de universitários e alto poder aquisitivo, a sofisticação dessas casas é favorecida


DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma vida noturna intensa faz de Ribeirão um cidade atraente para público e empresários do setor de bares. São 1.793 estabelecimentos, num mercado que cresce mais que a população e que, em somente dois anos, avançou 30,21%.
São 588 bares e mercearias, seguidos de 412 lanchonetes, 334 bares com copa quente e 252 restaurantes -sem contar churrascarias, pizzarias e choperias. Os que se destacam estão localizados na zona sul.
"A vida noturna em Ribeirão sempre foi muito comentada em toda a região. O público é diversificado, temos um setor universitário muito forte, que acaba trazendo outras opções, como festas, além de uma clientela com poder aquisitivo significativo. Isso atrai investidores", afirmou Carlos Frederico Marques, presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Ribeirão Preto.
O crescimento, de acordo com dados da Secretaria da Fazenda de Ribeirão Preto, foi de 52 estabelecimentos no ano -estão em funcionamento, segundo a prefeitura, 1.268 bares e restaurantes.
A partir da década de 90, teve início a sofisticação dos bares. O Vila Dionísio, inaugurado há três meses, é um exemplo dessa sofisticação. Oriundo de São José do Rio Preto, chegou a Ribeirão apostando nos diferenciais do estilo pub, das cervejas do mundo inteiro e do rock.
Com investimento de R$ 800 mil -entre obras, instalações, treinamento e legalização-, o pub tem mais de 200 rótulos de cervejas industrializadas e artesanais de 18 países, cujos preços variam de R$ 2,10 a R$ 300.
De acordo com Ronaldo Castro Couto, um dos sócios da casa, antes de decidir abrir o bar em Ribeirão Preto, o grupo visitou a cidade de forma sistemática por dois anos para conhecer o público, locais e o que a cidade oferecia no setor.
Além disso, foi feito um estudo para saber a renda per capita, como as pessoas consomem e a dinâmica de preços dos estabelecimentos da cidade.
"Apesar de as cidades serem diferentes, têm muita coisa em comum, como a cultura sertaneja. Se em Rio Preto encontramos um público bom para a nossa proposta de ser um bar com a maior número do marcas de cervejas no interior, um ambiente fechado, com música diferente, por que não investir em Ribeirão, onde identificamos um público maior e com o diferencial de consumir mais?", questionou Couto. Segundo ele, o estudo detectou muitas opções de bares no município, mas todas com um perfil muito parecido.
Ainda avaliando o mercado, o empresário e produtor de eventos Fabiano Tamburus, que trouxe para Ribeirão Preto festas como a Pacha e Sirena, disse acreditar que a cidade seja um termômetro para a implantação de negócios. "O público de Ribeirão ainda tem uma resistência a novidade, mas muitas pessoas são viajadas, conhecem coisas boas e acabam influenciando outras pessoas. Posso dizer que a cidade é piloto para investidores. O que vai bem aqui vai bem em qualquer outro lugar", afirmou Tamburus.

Lucro
Para Marcos Vinícius Oseas, que é administrador de três bares em Ribeirão Preto, o mercado já foi mais lucrativo e o perfil do público da noite também mudou.
"Hoje o público prefere um ambiente mais fechado e menos exposto. Parece ser um negócio fácil de tocar, o que é uma ilusão. É um negócio muito caro, que exige administração 24 horas por dia e uma estrutura muito forte. Em somente uma das casas que dirijo a folha de pagamento chega a R$ 35 mil", afirmou Oseas.


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