São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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155 anos

Leite Lopes continua alvo de embate jurídico e ambiental

Promotoria defende construção de novo aeroporto, mas governos tentam ampliar o atual terminal de Ribeirão

Estudo complementar da curva de ruído, que envolve a ampliação da pista, deve ficar pronto neste mês

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


O impasse entre a construção de um aeroporto internacional em Ribeirão e a ampliação do Leite Lopes continua sendo uma das maiores polêmicas da cidade. De um lado está o Ministério Público Estadual e, do outro, os governos estadual e municipal.
Por motivos ambientais, o promotor Marcelo Pedroso Goulart defende que a única saída é a construção de um novo aeroporto na região.
"É questão de bom senso. Não se faz um aeroporto internacional em uma região densamente povoada. Agora, pergunto: qual a real motivação para o desfavelamento no entorno do aeroporto?", questionou o promotor.
Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) foi assinado em 2008 pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), impedindo a ampliação da pista.
Além de tentar garantir a segurança dos moradores do entorno, o promotor também quis preservar o aquífero Guarani, cuja área de recarga se encontra naquela região.
Por outro lado, uma nova construção já foi descartada pelo plano aeroviário do Estado de São Paulo.
Segundo Ricardo Volpi, superintendente do Daesp, o governo do Estado não pretende construir um novo aeroporto e a intenção é que sejam feitas todas as desapropriações e os investimentos que forem necessários na região do Leite Lopes.
Até o final deste mês, estudos complementares da curva de ruído do aeroporto, envolvendo a ampliação da pista, deverão ficar prontos.
Os estudos, elaborados pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), foram contratados pelo Daesp por R$ 98 mil, segundo publicação no "Diário Oficial do Estado", e servirão para que o governo estadual conteste o TAC.
O IPT também deverá apontar se, com a ampliação da pista em 300 m, haverá alteração na curva de ruído.
A Prefeitura de Ribeirão Preto, que prefere não confrontar a Promotoria, diz que aguarda os resultados dos estudos do IPT.
Para Goulart, se os governos já tivessem procurado outra área para a construção de um novo aeroporto, o embate já teria tido fim.

O CASO
Em 2002, o aeroporto de Ribeirão foi habilitado para o tráfego internacional de cargas desde que sua pista fosse ampliada para 3.500 m. Atualmente, ela tem 2.100 m.
Além disso, seria preciso que fosse construído um novo terminal alfandegário de cargas. Foram destinados R$ 96 milhões pelo governo estadual. Em 2004, começou a contestação do Ministério Público Estadual.
Nos anos seguintes, parte das reformas foram feitas, um novo terminal de passageiros foi construído e a pista passou por melhorias, sem que as determinações internacionais fossem atendidas. (GABRIELA YAMADA)


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