São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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155 anos

Arquitetura de 1900 formou identidade de Ribeirão Preto

Belle époque influenciou não somente na formação arquitetônica, mas também nos costumes da população

Especialistas pregam preservação do Pedro 2º e de casarões antigos para contar a história da cidade por meio deles

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


O visual arquitetônico é a maior identidade de Ribeirão Preto, de acordo com a Secretaria da Cultura e historiadores ouvidos pela Folha. E foi no início do século 20 que ele foi formado.
"A belle époque certamente foi um dos períodos em que a cidade mais desenvolveu essa identidade", afirmou a professora de história Maria Thelma Pintyá Albuquerque, que desenvolve uma pós-graduação sobre o tema na região.
De acordo com ela, casarões antigos e o próprio Theatro Pedro 2º devem ser preservados em sua arquitetura para que a história de Ribeirão possa ser contada através das construções.
"Uma cidade nunca deveria ter deixado que o seu principal teatro, construído na era da glória do café, passasse por um período tão conturbado e tivesse sido incendiado. Acho que foi um dos momentos históricos mais tristes para Ribeirão Preto", disse a pesquisadora.
Além da arquitetura, costumes franceses foram incorporados aos desejos dos homens do interior do Estado de São Paulo durante o final do século 19 e o início do século passado.
É o que demonstram pesquisadores no projeto temático "A belle époque Caipira: Modernidade e Urbanização no Mundo do Café (1852-1930)", da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Franca, estudo coordenado pelo professor José Evaldo de Mello Doin.
"Muitos homens do interior paulista tinham seus sonhos povoados por desejos como o de viver um grande amor em Paris, desfrutar de seus cafés e cabarés, passear pelas suas ruas olhando as vitrines das boutiques e admirando a luz elétrica", afirma trecho do trabalho do grupo da Unesp.

PRESERVAÇÃO
A luta pela preservação dos casarões é, atualmente, uma das maiores bandeiras do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural) de Ribeirão Preto.
Segundo Cláudio Bauso, arquiteto e membro do Conppac, para que a população tenha conhecimento da importância histórica dos casarões de Ribeirão Preto, é fundamental que os estudantes tenham aulas sobre o tema desde o início da vida escolar.
"Uma população que destroi a arquitetura e os casarões consequentemente destrói a sua própria história", afirmou. (GABRIELA YAMADA)


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