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AJUDA FINANCEIRA
Dirceu é acusado de negociar contribuição em troca de apoio
Presidente do PTB admite que partido espera recursos do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PTB, deputado
Roberto Jefferson (RJ), reconheceu ontem que há insatisfação no
partido com a falta de apoio financeiro do PT para a campanha
municipal petebista, mas disse
que é restrita à bancada de PE.
Segundo a revista "Veja", os
dois partidos fecharam acordo
em que o PT daria R$ 10 milhões
para os deputados do PTB ajudarem candidatos a prefeitos e vereadores em seus redutos e para a
cúpula da sigla aplicar nas campanhas que julgasse estratégicas.
O dinheiro, porém, não teria sido dado, apesar do apoio do PTB
aos candidatos do PT no Rio e em
São Paulo, contrapartida do repasse. A "Veja" diz que o ministro
José Dirceu (Casa Civil) atuou no
acerto. Ontem, em Curitiba, ele
não quis falar do caso. "Vim fazer
campanha e defender os candidatos do meu partido e da nossa coligação. Quem pode falar é o Genoino [José, presidente do PT]."
No final do comício do candidato petista Ângelo Vanhoni, Dirceu disse que o senador Aloizio
Mercadante (PT-SP) era quem falaria do assunto em entrevista.
Jefferson negou que tenha havido acordo nesses termos com o
PT. Segundo ele, quando os deputados de Pernambuco se filiaram
ao PTB, o então presidente da sigla, José Carlos Martinez, morto
em acidente aéreo no fim de 2003,
prometeu verba para a campanha
do deputado Joaquim Francisco
(PE) a prefeito de Recife. "Só que
o Genoino disse que não tem."
A falta do apoio financeiro, aliada ao desempenho de Francisco
nas pesquisas, gerou a revolta da
bancada pernambucana do
PTB na Câmara. Esses deputados chegaram a produzir
um documento, nesta semana, pedindo a
saída do partido da base aliada ao governo.
"Nosso acordo com o PTB
é político. O PT
não tem dinheiro nem
para as suas
campanhas.
Nunca tratei
desse assunto
com o Jefferson", disse Genoino ontem.
O que Dirceu comentou foi a
decisão do presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), de abrir
apuração sobre o vazamento de
dados na CPI do Banestado. "É
evidente que tem de investigar."
Colaborou a Agência Folha, em Curitiba
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