São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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AJUDA FINANCEIRA

Dirceu é acusado de negociar contribuição em troca de apoio

Presidente do PTB admite que partido espera recursos do PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), reconheceu ontem que há insatisfação no partido com a falta de apoio financeiro do PT para a campanha municipal petebista, mas disse que é restrita à bancada de PE.
Segundo a revista "Veja", os dois partidos fecharam acordo em que o PT daria R$ 10 milhões para os deputados do PTB ajudarem candidatos a prefeitos e vereadores em seus redutos e para a cúpula da sigla aplicar nas campanhas que julgasse estratégicas.
O dinheiro, porém, não teria sido dado, apesar do apoio do PTB aos candidatos do PT no Rio e em São Paulo, contrapartida do repasse. A "Veja" diz que o ministro José Dirceu (Casa Civil) atuou no acerto. Ontem, em Curitiba, ele não quis falar do caso. "Vim fazer campanha e defender os candidatos do meu partido e da nossa coligação. Quem pode falar é o Genoino [José, presidente do PT]."
No final do comício do candidato petista Ângelo Vanhoni, Dirceu disse que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) era quem falaria do assunto em entrevista.
Jefferson negou que tenha havido acordo nesses termos com o PT. Segundo ele, quando os deputados de Pernambuco se filiaram ao PTB, o então presidente da sigla, José Carlos Martinez, morto em acidente aéreo no fim de 2003, prometeu verba para a campanha do deputado Joaquim Francisco (PE) a prefeito de Recife. "Só que o Genoino disse que não tem."
A falta do apoio financeiro, aliada ao desempenho de Francisco nas pesquisas, gerou a revolta da bancada pernambucana do PTB na Câmara. Esses deputados chegaram a produzir um documento, nesta semana, pedindo a saída do partido da base aliada ao governo.
"Nosso acordo com o PTB é político. O PT não tem dinheiro nem para as suas campanhas. Nunca tratei desse assunto com o Jefferson", disse Genoino ontem.
O que Dirceu comentou foi a decisão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de abrir apuração sobre o vazamento de dados na CPI do Banestado. "É evidente que tem de investigar."


Colaborou a Agência Folha, em Curitiba

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