São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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PESQUISA

Voto espontâneo também mostra estabilidade do cenário eleitoral

Rejeição a Marta permanece na faixa dos 30%; Serra tem 11%

DA REPORTAGEM LOCAL

A rejeição à prefeita Marta Suplicy (PT) estabilizou-se na faixa dos 30%, o que indica que quase um terço do eleitorado não votaria na petista de jeito nenhum.
A taxa vinha em queda desde março e estancou no final de agosto, quando chegou a 30%. Desde então, só oscila. Está em 31%. De acordo com o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, o quadro é de estabilidade, o que sugere que a tendência é de que rejeição se mantenha nesses patamar.
José Serra (PSDB) também tem rejeição estável, mas em um nível muito mais baixo. Mesmo sendo o principal alvo dos outros candidatos há duas semanas, ele mantém a rejeição em torno de 10% desde o início da campanha. Na pesquisa divulgada hoje, 11% dizem que não votariam em Serra de jeito nenhum.
Para Paulino, os números mostram que as propagandas dos dois na TV e no rádio acabaram se anulando. "As respostas de Serra neutralizaram os ataques de Marta", afirma o diretor do Datafolha.
O candidato do PP à prefeitura, Paulo Maluf, continua sendo o político a que os paulistanos têm maior reserva: 52% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum. É o mesmo número do levantamento anterior.
A estabilidade das taxas de rejeição reflete o cenário mais amplo de definição do quadro eleitoral. Na pesquisa espontânea, em que o entrevistador pergunta ao eleitor em quem ele vai votar sem apresentar os nomes, Serra e Marta praticamente não variaram e têm exatamente o mesmo número. Ele foi de 27% para 26%. Ela continuou com 26%. Esse levantamento é um indicador da votação consolidada de cada político.
Maluf e Luiza Erundina (PSB) também seguem iguais na espontânea. O candidato do PP tem 8%, enquanto a ex-prefeita recebe apenas 2% das menções. O diretor do Datafolha diz que o fato de Marta e Serra terem o mesmo percentual de voto espontâneo é um dos indicativos mais claros da polarização que vem se acentuando.
Na pesquisa estimulada, em que um cartão com os nomes é apresentado, Serra lidera por 37% a 33%. Como a margem de erro é de dois pontos, o tucano pode variar de 39% a 35%. A petista, de 31% a 35%. É improvável estatisticamente que o tucano esteja no limite negativo e a petista no teto positivo, informa o Datafolha.
Quando se detalha a pesquisa, percebe-se a estabilidade do quadro em todas as estratificações. Não houve nenhum movimento compensatório, como se uma queda muito acentuada de um candidato numa faixa fosse compensada por uma subida em outra categoria. As principais variações ocorreram entre os mais instruídos e os mais jovens. Serra perdeu quatro pontos entre os eleitores com nível superior. Sua diferença sobre Marta nesse segmento caiu de 19 para 12 pontos. No caso dos mais jovens, a mudança é pró-Serra. O candidato do PSDB lidera pela primeira vez nessa categoria. Tem 38%, contra 34% de Marta. Há uma semana, ela estava um ponto à frente.

Metodologia
A pesquisa do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. O conjunto de eleitores acima de 16 anos da cidade de São Paulo é tomado como universo da pesquisa. Neste levantamento, foram realizadas anteontem em São Paulo 1.728 entrevistas com margem de erro máxima de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de SP com o número 004300104SPPE. (PDL)


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