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Eleição não pode atrapalhar o país, diz presidente
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse ontem que uma eleição municipal, "mesmo na cidade
mais importante do mundo, não
pode atrapalhar o desenvolvimento do país". A declaração, em
Santo André (SP), foi feita um dia
depois de a prefeita Marta Suplicy
(PT), candidata à reeleição, afirmar que uma eventual vitória de
José Serra (PSDB) implicaria numa "radicalização imediata" de
São Paulo contra o governo Lula.
Marta tem recorrido ao "discurso do medo" usado pelo PSDB
contra Lula em 2002 -os tucanos
diziam na época que o Brasil viraria uma Argentina ou uma Venezuela caso o petista ganhasse.
"Este país não pode permitir
que uma eleição municipal, mesmo na cidade mais importante do
mundo, atrapalhe o desenvolvimento", afirmou o presidente.
Em cerimônia na Petroquímica
União de Santo André, Lula aproveitou a presença do governador
Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para
falar em "política civilizada". Ele
elogiou o governador Mário Covas (PSDB), morto em 2001, e criticou o que acredita ocorrer neste
ano, quando os candidatos colocam interesses pessoais acima da
estabilidade do país. "A vinda do
Alckmin é uma demonstração de
que a gente pode ensinar o mundo a fazer uma política civilizada."
Sobre Covas, o presidente disse
que "comeu o pão que o diabo
amassou" durante quatro anos
(1994-97) para conseguir deixar o
Estado com a mínima condição
de crescer. "E ele quase perdeu a
eleição. Por isso, se você é sério,
não pode permitir que a eleição
determine seu comportamento."
PPPs
Lula relacionou a disputa municipal ao fato de o projeto das PPPs
(Parcerias Público-Privadas) estar emperrado no Senado. Para
ele, o único motivo que explica a
demora na aprovação é o interesse político de alguns adversários.
Anteontem, Marta disse estar
em "sintonia" com o presidente e
ter só constado o óbvio, que Serra
perdeu a Presidência para Lula
em 2002 e que fará do pleito atual
o terceiro turno daquela eleição.
Na Petroquímica União, foi
anunciado um ciclo de investimentos no pólo petroquímico do
Grande ABC, estimado em US$
700 milhões até 2010.
(LC)
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