São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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Eleição não pode atrapalhar o país, diz presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que uma eleição municipal, "mesmo na cidade mais importante do mundo, não pode atrapalhar o desenvolvimento do país". A declaração, em Santo André (SP), foi feita um dia depois de a prefeita Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição, afirmar que uma eventual vitória de José Serra (PSDB) implicaria numa "radicalização imediata" de São Paulo contra o governo Lula.
Marta tem recorrido ao "discurso do medo" usado pelo PSDB contra Lula em 2002 -os tucanos diziam na época que o Brasil viraria uma Argentina ou uma Venezuela caso o petista ganhasse.
"Este país não pode permitir que uma eleição municipal, mesmo na cidade mais importante do mundo, atrapalhe o desenvolvimento", afirmou o presidente.
Em cerimônia na Petroquímica União de Santo André, Lula aproveitou a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para falar em "política civilizada". Ele elogiou o governador Mário Covas (PSDB), morto em 2001, e criticou o que acredita ocorrer neste ano, quando os candidatos colocam interesses pessoais acima da estabilidade do país. "A vinda do Alckmin é uma demonstração de que a gente pode ensinar o mundo a fazer uma política civilizada."
Sobre Covas, o presidente disse que "comeu o pão que o diabo amassou" durante quatro anos (1994-97) para conseguir deixar o Estado com a mínima condição de crescer. "E ele quase perdeu a eleição. Por isso, se você é sério, não pode permitir que a eleição determine seu comportamento."

PPPs
Lula relacionou a disputa municipal ao fato de o projeto das PPPs (Parcerias Público-Privadas) estar emperrado no Senado. Para ele, o único motivo que explica a demora na aprovação é o interesse político de alguns adversários.
Anteontem, Marta disse estar em "sintonia" com o presidente e ter só constado o óbvio, que Serra perdeu a Presidência para Lula em 2002 e que fará do pleito atual o terceiro turno daquela eleição.
Na Petroquímica União, foi anunciado um ciclo de investimentos no pólo petroquímico do Grande ABC, estimado em US$ 700 milhões até 2010. (LC)

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