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SANTOS
Jejum de 20 anos relembra 1955 e faz do título uma obsessão na Vila
Quase meio século depois, o
Santos tentará repetir a façanha de 1955, quando
voltou a conquistar um título
paulista após 20 anos de jejum.
Naquele ano, os santistas perseguiam o triunfo que não alcançavam desde 1935, primeira vez em
que o time ganhou o Estadual.
Agora, a obsessão do presidente
Marcelo Teixeira é reproduzir o
feito do pai, Milton, último presidente a vencer um Paulista, em
1984. "O Paulista é especial. É
mais um jejum que o torcedor alvinegro quer ver encerrado", afirmou o atual mandatário.
Entre o desafio de 1955 e o de
2004, a diferença reside no status
da equipe. Nos anos 50, o Santos
era "zebra". Nos dias atuais, campeão brasileiro em 2002 e vice da
Libertadores e do Brasileiro em
2003, emerge como favorito.
"Naquela época, só o trio de ferro [Palmeiras, São Paulo e Corinthians] mandava. O Santos não tinha força, e os times de São Paulo
não acreditavam na gente. Mas
acumulamos pontos. Quando
eles abriram os olhos, já não dava
mais tempo de nos alcançar", afirmou o ex-jogador Urubatão Calvo Nunes, titular na ocasião.
Para Nunes, aquela conquista
desencadeou o ciclo de domínio
do Santos no futebol brasileiro.
No ano seguinte, Pelé chegaria à
Vila Belmiro. "Desde então, foram 20 anos na crista da onda,
éramos campeões de tudo. E o
início foi com aquele time de 55."
O diretor de futebol do Santos,
Francisco Lopes, disse ter alertado todos os jogadores -a pedido
do presidente- do grau de importância atribuído pela diretoria
ao Paulista deste ano.
Prova disso, segundo ele, foi a
decisão de abreviar o período de
férias dos atletas. Dentre os chamados grandes, o Santos foi o primeiro a se reapresentar (no último dia 5) para a pré-temporada.
"Pela qualidade do nosso time,
conquistar o Paulista passou a ser
um ponto de honra", disse Lopes.
Embora tenha preservado a base das duas últimas temporadas
-dos titulares, saíram somente o
goleiro Fábio Costa (Corinthians)
e o meia Fabiano (Albacete, da Espanha)-, o clube contratou sete
reforços, de olho também nas demais competições que disputará
neste ano (Brasileiro, Libertadores e Copa Sul-Americana).
Em contraste com a política que
norteou as contratações de anos
anteriores, todos são jogadores
considerados "experientes". O
mais novo tem 25 anos (o lateral-esquerdo Paulo César) e o mais
velho, 33 (o atacante Robson).
Dos sete, esses são os únicos
com lugar assegurado na equipe.
Os demais terão de tentar arrancar uma vaga dos atuais titulares.
Fazem parte desse grupo os goleiros Doni, 25, e Mauro, 26, os volantes Claiton, 26, e Preto, 28, e o
atacante Basílio, 31.
Ainda assim, alguns deles terão
chance de mostrar futebol ao técnico Emerson Leão durante as
primeiras rodadas do Paulista,
enquanto Diego, Robinho, Elano,
Alex e Paulo Almeida estiverem
servindo à seleção sub-23 que disputa o Pré-Olímpico do Chile.
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