São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2004

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SANTOS

Jejum de 20 anos relembra 1955 e faz do título uma obsessão na Vila

Quase meio século depois, o Santos tentará repetir a façanha de 1955, quando voltou a conquistar um título paulista após 20 anos de jejum.
Naquele ano, os santistas perseguiam o triunfo que não alcançavam desde 1935, primeira vez em que o time ganhou o Estadual.
Agora, a obsessão do presidente Marcelo Teixeira é reproduzir o feito do pai, Milton, último presidente a vencer um Paulista, em 1984. "O Paulista é especial. É mais um jejum que o torcedor alvinegro quer ver encerrado", afirmou o atual mandatário.
Entre o desafio de 1955 e o de 2004, a diferença reside no status da equipe. Nos anos 50, o Santos era "zebra". Nos dias atuais, campeão brasileiro em 2002 e vice da Libertadores e do Brasileiro em 2003, emerge como favorito.
"Naquela época, só o trio de ferro [Palmeiras, São Paulo e Corinthians] mandava. O Santos não tinha força, e os times de São Paulo não acreditavam na gente. Mas acumulamos pontos. Quando eles abriram os olhos, já não dava mais tempo de nos alcançar", afirmou o ex-jogador Urubatão Calvo Nunes, titular na ocasião.
Para Nunes, aquela conquista desencadeou o ciclo de domínio do Santos no futebol brasileiro. No ano seguinte, Pelé chegaria à Vila Belmiro. "Desde então, foram 20 anos na crista da onda, éramos campeões de tudo. E o início foi com aquele time de 55."
O diretor de futebol do Santos, Francisco Lopes, disse ter alertado todos os jogadores -a pedido do presidente- do grau de importância atribuído pela diretoria ao Paulista deste ano.
Prova disso, segundo ele, foi a decisão de abreviar o período de férias dos atletas. Dentre os chamados grandes, o Santos foi o primeiro a se reapresentar (no último dia 5) para a pré-temporada. "Pela qualidade do nosso time, conquistar o Paulista passou a ser um ponto de honra", disse Lopes.
Embora tenha preservado a base das duas últimas temporadas -dos titulares, saíram somente o goleiro Fábio Costa (Corinthians) e o meia Fabiano (Albacete, da Espanha)-, o clube contratou sete reforços, de olho também nas demais competições que disputará neste ano (Brasileiro, Libertadores e Copa Sul-Americana).
Em contraste com a política que norteou as contratações de anos anteriores, todos são jogadores considerados "experientes". O mais novo tem 25 anos (o lateral-esquerdo Paulo César) e o mais velho, 33 (o atacante Robson).
Dos sete, esses são os únicos com lugar assegurado na equipe. Os demais terão de tentar arrancar uma vaga dos atuais titulares. Fazem parte desse grupo os goleiros Doni, 25, e Mauro, 26, os volantes Claiton, 26, e Preto, 28, e o atacante Basílio, 31.
Ainda assim, alguns deles terão chance de mostrar futebol ao técnico Emerson Leão durante as primeiras rodadas do Paulista, enquanto Diego, Robinho, Elano, Alex e Paulo Almeida estiverem servindo à seleção sub-23 que disputa o Pré-Olímpico do Chile.


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