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SÃO PAULO
Licitação para o serviço está suspensa pelo TCM e deve ser concluída após eleições; contrato envolve R$ 1,4 bilhão, tem duração de cinco anos e deve vencer em outubro
Paralisada por denúncias, definição da varrição ficará para novo prefeito
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando tomar posse, o próximo prefeito de São Paulo terá de
dar uma solução que vale R$ 1,4
bilhão para um assunto de primeira ordem no cotidiano da cidade: a varrição do lixo.
Paralisada pelo TCM (Tribunal
de Contas do Município) desde
abril, a licitação para a escolha de
empresas que atuarão nas 31 subprefeituras não deve ser concluída
neste ano. Ainda que o TCM libere o andamento da concorrência,
dificilmente haverá tempo hábil
para transferir o contrato aos vencedores antes de ser realizado o
segundo turno, em 31 de outubro.
O atual contrato vence no próximo mês de outubro, mas pode ser
renovado por mais seis meses
-até abril. Depois desse prazo,
caso as novas empresas não tenham sido escolhidas, caberá apenas um contrato emergencial.
Caso a prefeita Marta Suplicy
(PT) se reeleja, a prefeitura só terá
de aguardar a liberação do tribunal para dar continuidade. Se não
ganhar, o próximo prefeito terá
de fazer uma opção: cancela a licitação e começa do zero, arcando
com o ônus político de fazer contratos emergenciais ou mantém a
concorrência do jeito que está.
A Secretaria das Subprefeituras
afirma que, assim que o TCM liberar, consegue concluir a licitação em um mês.
Pelo despacho, o conselheiro só
deverá tomar uma posição após
"transito em julgado" de um
mandado de segurança impetrado pela empresa Limpebras na 2ª
Vara da Fazenda Pública, o que
não tem data para acontecer.
As idas e vindas da licitação da
varrição acompanham o ritmo de
uma concorrência-irmã, a da coleta de lixo. Nesta, o contrato de
concessão dos serviços será de 20
anos, e os valores ultrapassam R$
20 bilhões. Na da varrição, o contrato é por cinco anos, com valor
total de R$ 1,4 bilhão.
Como no caso da licitação para
a coleta, o que torna esta concorrência tão cheia de vai-e-vem são
as acusações de irregularidades. A
própria Folha publicou, no último mês de abril, um documento
que havia registrado em cartório
apontando quem seriam as vencedoras da licitação para a coleta.
O documento também atestava
que o resultado dessa concorrência estava atrelado ao da varrição.
A Qualix, uma das maiores empreiteiras que trabalha com lixo
no país, concorreu sozinha para a
concessão e não foi qualificada,
mas, segundo o documento obtido pela Folha, será contemplada
para fazer a varrição na região da
subprefeitura da Sé, que é a mais
importante. A empresa nega.
Na última sexta-feira, a assessoria de imprensa da Qualix informou que a empreiteira não irá recorrer da classificação dos consórcios São Paulo Limpeza Urbana (Vega, Cavo e SPL) e Bandeirantes 2 (Queiroz Galvão, LOT e
Heleno e Fonseca).
Já a Secretaria de Serviços e
Obras da prefeitura afirmou que
aguarda apenas o prazo de cinco
dias úteis para a apresentação de
recursos e, caso não haja nenhum,
poderá homologar o resultado da
concessão da coleta.
Quanto à varrição, caso o TCM
não libere a concorrência, as empreiteiras vencedoras da concessão para a coleta poderão fazer o
serviço, segundo a assessoria da
Secretaria de Serviços e Obras.
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