DA REPORTAGEM LOCAL

Por trás de muitos originais de livros infantis, juvenis e adultos, está um profissional de letras. Com sensibilidade e conhecimento teórico, ele descobre talentos e renova a obra em todas as linhas.
Henrique Félix, 41, editor de literatura infantil e juvenil da Atual Editora, conta que, embora a maioria de seus colegas tenha seguido na área do ensino, já fez o curso pensando em editoração.
"Gostar de analisar textos, pensar em ilustrações para a obra, pensar o livro antes de ele ter cara de livro, tudo isso faz parte das minhas atribuições", afirma o editor, que optou pela habilitação dupla em português e em língua e literatura espanholas. "Nas editoras, o volume de trabalho é grande. E, como não há a atualização constante feita no magistério, é preciso tentar se reciclar para manter a parte teórica."
Gosto pela leitura e pela pesquisa e capacidade de concentração são características de um bom profissional de letras.
Além da possibilidade de lecionar língua portuguesa, o diploma da carreira possibilita o trabalho com traduções e com produção de textos. Na teoria literária, há a opção de dedicar-se à crítica, tanto no campo acadêmico como no campo jornalístico.
O mercado de trabalho para professores de línguas estrangeiras está em ascensão.
O curso de letras é uma reflexão sobre fenômenos da linguagem. Na USP, a graduação tem um ciclo introdutório com matérias obrigatórias de língua portuguesa, de literatura, de lingüística e de estudos clássicos. No fim do primeiro ano, o aluno escolhe uma habilitação (entre línguas modernas, orientais, clássicas, lingüística ou português).
"O bom profissional nasce da conjugação de especialização e formação humanística. Mas não existe uma receita pronta, depende muito do aluno. Se ele não faz suas leituras, fica para trás", afirma a professora Maria Augusta Fonseca, vice-chefe do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da USP.


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