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SATISFAÇÃO E UTILIDADE
Ex-alunos acham que estudos de caso deixaram a desejar e valorizam tarefas e discussões
Conteúdo agrada mais que contatos
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os alunos fazem a matrícula
de olho no conteúdo e em deixar a escola com mais contatos
e estudos de caso na pasta.
A primeira expectativa é satisfeita, mas as últimas, nem
tanto. É o que apontam as médias conferidas por alunos e ex-alunos a itens do curso -o Datafolha pediu que dessem notas
de 1 (a menor) a 5 (a maior) para utilidade e satisfação.
A maior pontuação em satisfação foi para a qualidade do
conteúdo apresentado em sala
de aula, que teve média de 4,74.
Já os contatos profissionais
("networking"), citados como o
terceiro quesito mais importante do MBA, ficaram em
quinto lugar em satisfação (média 4). Estudos de caso, o quarto item mais valorizado, vêm
em sexto (3,94) -ex-alunos ficaram mais contentes com tarefas (4,1), discussões em grupo
(4,08) e bibliografia (4,03).
Na hora de aplicar o que
aprenderam, o conteúdo (4,21),
as discussões em grupo (4,05) e
os contatos (4,03) foram considerados os aspectos mais úteis
do MBA. Os de menor utilidade
para quem já fez o curso foram
as atividades extracurriculares
(3,08), como visitas a empresas,
e a bibliografia (3,74).
No geral, as médias verificadas entre os que já concluíram
o MBA foram ligeiramente menores do que as dos que estão
fazendo o curso agora.
Formado em engenharia,
Marcos Vianna, 36, começou a
trabalhar com marketing e fez
um MBA na FIA (Fundação
Instituto de Administração)
para adquirir conhecimentos
sobre o assunto, que não estudou na faculdade. "O que mais
ajudou foi o conteúdo. Não teve
muito estudo de caso. Quem estudou marketing não deve ter
ficado tão satisfeito quanto eu."
Para ele, o que mais valeu a
pena foi o "networking", já que
na turma havia muitos diretores de empresa. "Consegui cultivar os contatos", conta.
Cristiane Gonçalves, gerente
de assessoria em gestão de RH
da KPMG, avalia que o resultado sobre "networking" pode
significar que se espera muito
dele sem que seja feito o devido
investimento. "Não adianta ter
estudado com a pessoa, é preciso cultivar o contato", avalia.
"Sempre que há um evento
que acho interessante para alguém que conheci no curso,
convido", conta Natasha Namie Nakagawa, 29, gerente de
relações com investidores do
banco Fibra. Até o ano passado,
ela estudou finanças, comunicação e relação com investidores na Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras).
Pouco estudo de caso
"Esperava mais casos práticos", diz Denis Santini, diretor
de uma empresa de publicidade, que fez MBA Executivo em
marketing de serviços na
ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
"Abordamos macroeconomia, por isso não temos tantos
casos", comenta Marco Antonio de Vasconcellos, coordenador de cursos da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). "Os estudos são de
casos de sucesso. Deveria haver
mais análise de fracassos."
Roy Martelanc, da FIA, admite que os casos, às vezes, podem ser inconclusivos. "Têm
de ser muito bem escolhidos."
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