São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

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SATISFAÇÃO E UTILIDADE

Ex-alunos acham que estudos de caso deixaram a desejar e valorizam tarefas e discussões

Conteúdo agrada mais que contatos

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os alunos fazem a matrícula de olho no conteúdo e em deixar a escola com mais contatos e estudos de caso na pasta.
A primeira expectativa é satisfeita, mas as últimas, nem tanto. É o que apontam as médias conferidas por alunos e ex-alunos a itens do curso -o Datafolha pediu que dessem notas de 1 (a menor) a 5 (a maior) para utilidade e satisfação.
A maior pontuação em satisfação foi para a qualidade do conteúdo apresentado em sala de aula, que teve média de 4,74.
Já os contatos profissionais ("networking"), citados como o terceiro quesito mais importante do MBA, ficaram em quinto lugar em satisfação (média 4). Estudos de caso, o quarto item mais valorizado, vêm em sexto (3,94) -ex-alunos ficaram mais contentes com tarefas (4,1), discussões em grupo (4,08) e bibliografia (4,03).
Na hora de aplicar o que aprenderam, o conteúdo (4,21), as discussões em grupo (4,05) e os contatos (4,03) foram considerados os aspectos mais úteis do MBA. Os de menor utilidade para quem já fez o curso foram as atividades extracurriculares (3,08), como visitas a empresas, e a bibliografia (3,74).
No geral, as médias verificadas entre os que já concluíram o MBA foram ligeiramente menores do que as dos que estão fazendo o curso agora.
Formado em engenharia, Marcos Vianna, 36, começou a trabalhar com marketing e fez um MBA na FIA (Fundação Instituto de Administração) para adquirir conhecimentos sobre o assunto, que não estudou na faculdade. "O que mais ajudou foi o conteúdo. Não teve muito estudo de caso. Quem estudou marketing não deve ter ficado tão satisfeito quanto eu."
Para ele, o que mais valeu a pena foi o "networking", já que na turma havia muitos diretores de empresa. "Consegui cultivar os contatos", conta.
Cristiane Gonçalves, gerente de assessoria em gestão de RH da KPMG, avalia que o resultado sobre "networking" pode significar que se espera muito dele sem que seja feito o devido investimento. "Não adianta ter estudado com a pessoa, é preciso cultivar o contato", avalia.
"Sempre que há um evento que acho interessante para alguém que conheci no curso, convido", conta Natasha Namie Nakagawa, 29, gerente de relações com investidores do banco Fibra. Até o ano passado, ela estudou finanças, comunicação e relação com investidores na Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras).

Pouco estudo de caso
"Esperava mais casos práticos", diz Denis Santini, diretor de uma empresa de publicidade, que fez MBA Executivo em marketing de serviços na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
"Abordamos macroeconomia, por isso não temos tantos casos", comenta Marco Antonio de Vasconcellos, coordenador de cursos da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). "Os estudos são de casos de sucesso. Deveria haver mais análise de fracassos."
Roy Martelanc, da FIA, admite que os casos, às vezes, podem ser inconclusivos. "Têm de ser muito bem escolhidos."


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