São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

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A ESCOLHA DO CURSO

Profissionais querem detectar tendências do mercado e se qualificar para cargos melhores

Atualização motiva volta às aulas

GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A meta é aprender mais sobre como ser um bom gestor e se atualizar com as tendências do mercado. Mas nesse horizonte não falta a vontade de ser levado a cargos melhores.
Quando questionada sobre os motivos para fazer MBA, a maior parte dos entrevistados que já fez ou está cursando a especialização (43%) diz que pretende se manter atualizada e detectar tendências.
Mais veteranos (12%) respondem que fizeram o curso para ter um diferencial no currículo -essa foi a motivação de 3% dos atuais alunos. Já os novatos querem melhorar a atuação na empresa (16%) e disputar cargos mais elevados (13%).
"Promoção e aumento?", questiona a psicóloga Denise Rendtorff, 25. "Não necessariamente. Mas quero crescimento sólido, rápido e com oportunidades de carreira", afirma.
Ela trabalha com treinamento e desenvolvimento de RH na CSU CardSystem e conta que o que a levou a procurar um MBA foi "ganhar uma visão mais geral de negócios".
"Mesmo tendo focado a graduação em recursos humanos estratégicos e psicologia organizacional, faltava algo sobre finanças e resultados", revela.
Sobre a intenção de seus colegas de classe, diz acreditar "que cada vez mais as pessoas querem estudar muito em busca de meios alternativos para terem destaque, promoção e aumento salarial".
"Na verdade, a maioria vai falar que entrou para fazer novos contatos, mas, no fundo, o que o pessoal quer mesmo é a promoção, ou na empresa onde eles estão, ou em outra", afirma Maurício Grassia de Oliveira, 49, gerente de vendas da Unisys, que estuda na Fundação Getulio Vargas.
Oliveira admite, contudo, que se aplicar ao curso o ajudou a abrir horizontes. "Jurídico, negociações e outras coisas que eu nem imaginava existirem. Eu queria conhecer a gestão de uma empresa como um todo, para ter a mesma visão de um presidente, saber o organismo completo", explica ele.
De sua turma, que reúne 38 alunos, pelo menos 14 já mudaram de emprego -até mais de uma vez- só por estarem cursando o MBA, afirma.

Na prática
Já para coordenadores de cursos de MBA, a intenção geral de ser promovido e receber um aumento é indiscutível.
"Alguns alunos, mais conscientes, sabem, porém, que o que conta é sua atitude no emprego, na aplicação dos novos conhecimentos", conclui Alessandro Saad, coordenador do MBA Executivo da Mercatus Educação em Negócios.
"Aos menos conscientes, procuramos alertar durante o aprendizado", afirma Saad. "Mesmo que o resultado esperado não apareça de imediato, a preparação está lá, na educação continuada", acrescenta.
Para Fábio Astrauskas, 41, engenheiro, economista e consultor da Siegen, ao terminar o MBA, o profissional se depara com algumas questões que fogem do caráter técnico.
"Tem de se relacionar, viver o ambiente político dentro de uma empresa e construir sua própria imagem perante os colegas e a corporação", lista.


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