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A MELHOR HORA
Em mercado competitivo, profissionais acreditam ser melhor começar o curso mais cedo
Pressão acelera matrícula em MBA
DENNIS BARBOSA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Movidos pela competitividade do mercado de trabalho e de
olho em posições executivas,
muitos cobiçam incluir um curso de MBA no currículo -e cada vez mais cedo.
Segundo a pesquisa Datafolha, o tempo médio considerado ideal para começar a especialização é de 3,6 anos após o
término da graduação. Entre os
que estão fazendo MBA, 10% fizeram a matrícula em menos
de um ano após a formatura.
Mas vale a pena ceder à tentação de incrementar o currículo, mesmo sem ter certeza de
que o nível de experiência profissional permitirá aproveitar
um curso desse tipo?
"O mestrado tradicional é para quem deseja seguir carreira
acadêmica, então quanto mais
jovem o aluno, melhor. Mas, no
caso do MBA, é preciso alcançar certa maturidade", pondera
Gilberto Guimarães, professor
da Fundação Getulio Vargas e
do Ibmec São Paulo e diretor da
consultoria francesa de recursos humanos BPI no Brasil.
Ele não indica MBA a recém-formados: "Escola dá conhecimento, mas só a prática transforma isso em competência".
Davide Aprile, gerente de RH
da Novartis, aponta que apenas
após alguns anos de experiência gerencial o profissional tem
condições de aproveitar o que o
curso lhe oferece. ""A troca de
experiências é parte fundamental do MBA", observa.
"No caso dos mais jovens,
com três anos de formados, por
exemplo, não noto uma diferença muito grande entre os
que fizeram MBA e os que não
fizeram. Por isso não tê-lo no
currículo não é fator excludente nas nossas seleções."
A gerente de gestão de recursos humanos da consultoria
KPMG, Cristiane Gonçalves
-que fez, ela própria, dois
MBAs-, concorda e cita que
nunca atendeu a uma empresa
que pedisse a exclusão de candidatos que não fizeram MBA.
Para ela, não adianta querer
queimar etapas. "Alguém que
ainda não fale inglês bem, por
exemplo, não pode pensar em
fazer MBA", completa.
Espera é mais longa
Apesar de 75% dos alunos e
ex-alunos de MBA acharem
que o tempo ideal para fazer essa pós seja de até cinco anos
após a graduação, eles efetivamente esperaram seis anos, em
média. E boa parte (30%) esperou de seis a dez anos, segundo
a pesquisa do Datafolha.
Isso significa que a maioria
dos alunos acredita estar "atrasada" na carreira. Para Fernando Vareschi, 29, diretor de uma
agência de "casting" e aluno do
MBA Executivo na BBS (Brazilian Business School), essa sensação de ficar para trás vem da
pressão do mercado.
"Vejo que principalmente os
funcionários de multinacionais
se sentem desajustados, talvez
porque em suas empresas a
concorrência costuma ser ainda maior", comenta.
Ele conta que o MBA o ajudou a impulsionar sua carreira.
Desde que iniciou o curso, ele
diz ter recebido novas e boas
propostas de trabalho.
"Um dos motivos de eu ter
me tornado diretor foi porque o
dono da empresa viu que eu estou fazendo um MBA em uma
área especializada", revela.
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