São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

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PERFIL DOS ALUNOS

Mulheres e profissionais de áreas em ascensão, como construção civil, ganham destaque

Classe segue o humor do mercado

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Homem jovem, bem remunerado e formado em administração. Esse é o perfil dos alunos que freqüentam as escolas de MBA, segundo o Datafolha.
"O mercado está ficando mais jovem, e os novos alunos buscam respaldo para seu desenvolvimento profissional", afirma o coordenador do Centro de Estudos de Carreiras da FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas), Moisés Balassiano.
Mas as salas de aula começam a ficar mais heterogêneas, indica a pesquisa. Há mais mulheres entre entrevistados que fazem o curso agora (28%) do que entre ex-alunos (23%).
"O aumento do número de mulheres é uma característica do mercado executivo. Reflete o que acontece nas empresas, com a mulher ocupando um papel cada vez mais importante na gestão", avalia Victor Almeida, coordenador do MBA Executivo do instituto Coppead, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A pesquisa também mostra que, entre os profissionais que estão fazendo o curso, a maior parte (11%) vem de empresas que atuam no ramo da construção civil, e 10% são das que atuam em serviços.
"São segmentos que estão crescendo e precisam de um quadro mais qualificado na área de gestão", diz Almeida.
Graduado em estatística e gerente de inteligência de mercado e "database marketing" de uma rede de supermercados, Eduardo Mônaco, 27, concluiu um MBA em gestão empresarial pela FIA (Fundação Instituto de Administração).
"Tinha formação muito técnica. Quando comecei a crescer na empresa, senti falta de uma formação mais generalista."
Saúde, informática e fabricação de produtos químicos também se destacam entre os setores em que trabalham os alunos, com 8% cada um.
Uma razão é que essas áreas estão em processo de profissionalização, diz o diretor-geral de pós-graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Carlos Monteiro.
"São pessoas com formação técnica, mas que precisam entender o que é o mercado e se preparar como gestores", diz.
Foi essa a motivação da farmacêutica bioquímica Simone Tcherniakovski, 37, ao fazer um MBA Executivo. Gerente de comunicação de uma firma da área de saúde, ela precisava de formação mais abrangente.
O programa é corporativo -ministrado pelo Ibmec São Paulo na companhia. "O único ponto negativo é não poder fazer "networking", já que as aulas são na empresa", lamenta.

Administrador é maioria
Ainda assim, profissionais formados em administração ainda são os que mais fazem MBA, tanto entre os que já o concluíram (36%) como entre os atuais alunos (34%).
É o caso de Renato Ayres Fonseca, 33, diretor comercial de uma indústria de autopeças. Graduado em administração, ele cursa MBA em direção de empresas na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) e divide o investimento de R$ 23 mil com a empresa.
Para ele, a dificuldade de conciliar o emprego com os estudos é a falta de tempo para se dedicar às leituras necessárias para acompanhar o curso.


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