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PERFIL DOS ALUNOS
Mulheres e profissionais de áreas em ascensão, como construção civil, ganham destaque
Classe segue o humor do mercado
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Homem jovem, bem remunerado e formado em administração. Esse é o perfil dos alunos que freqüentam as escolas de MBA, segundo o Datafolha.
"O mercado está ficando
mais jovem, e os novos alunos
buscam respaldo para seu desenvolvimento profissional",
afirma o coordenador do Centro de Estudos de Carreiras da
FGV-RJ (Fundação Getulio
Vargas), Moisés Balassiano.
Mas as salas de aula começam a ficar mais heterogêneas,
indica a pesquisa. Há mais mulheres entre entrevistados que
fazem o curso agora (28%) do
que entre ex-alunos (23%).
"O aumento do número de
mulheres é uma característica
do mercado executivo. Reflete
o que acontece nas empresas,
com a mulher ocupando um
papel cada vez mais importante
na gestão", avalia Victor Almeida, coordenador do MBA Executivo do instituto Coppead, da
UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro).
A pesquisa também mostra
que, entre os profissionais que
estão fazendo o curso, a maior
parte (11%) vem de empresas
que atuam no ramo da construção civil, e 10% são das que
atuam em serviços.
"São segmentos que estão
crescendo e precisam de um
quadro mais qualificado na
área de gestão", diz Almeida.
Graduado em estatística e gerente de inteligência de mercado e "database marketing" de
uma rede de supermercados,
Eduardo Mônaco, 27, concluiu
um MBA em gestão empresarial pela FIA (Fundação Instituto de Administração).
"Tinha formação muito técnica. Quando comecei a crescer
na empresa, senti falta de uma
formação mais generalista."
Saúde, informática e fabricação de produtos químicos também se destacam entre os setores em que trabalham os alunos, com 8% cada um.
Uma razão é que essas áreas
estão em processo de profissionalização, diz o diretor-geral de
pós-graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e
Marketing), Carlos Monteiro.
"São pessoas com formação
técnica, mas que precisam entender o que é o mercado e se
preparar como gestores", diz.
Foi essa a motivação da farmacêutica bioquímica Simone
Tcherniakovski, 37, ao fazer
um MBA Executivo. Gerente
de comunicação de uma firma
da área de saúde, ela precisava
de formação mais abrangente.
O programa é corporativo
-ministrado pelo Ibmec São
Paulo na companhia. "O único
ponto negativo é não poder fazer "networking", já que as aulas
são na empresa", lamenta.
Administrador é maioria
Ainda assim, profissionais
formados em administração
ainda são os que mais fazem
MBA, tanto entre os que já o
concluíram (36%) como entre
os atuais alunos (34%).
É o caso de Renato Ayres
Fonseca, 33, diretor comercial
de uma indústria de autopeças.
Graduado em administração,
ele cursa MBA em direção de
empresas na Faap (Fundação
Armando Álvares Penteado) e
divide o investimento de R$ 23
mil com a empresa.
Para ele, a dificuldade de
conciliar o emprego com os estudos é a falta de tempo para se
dedicar às leituras necessárias
para acompanhar o curso.
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