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VALORIZAÇÃO NA EMPRESA
Quem faz o curso acha que empresa pouco promove ou remunera melhor aluno de MBA
Estudante desconfia de bons frutos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Acirrada a concorrência com colegas gabaritados, quem está fazendo um MBA se mantém um tanto reticente sobre os reflexos positivos que esse curso pode ter na carreira.
A maior parte dos ex-alunos (50%) pensa que a empresa valoriza muito a especialização quando se trata de promoções.
Mas, quando o assunto é remuneração, a opinião se divide: 36% acreditam que a firma não reconhece o profissional com aumento, mas 35% acham que há muita valorização.
Os que estão fazendo o curso são mais pessimistas: crêem que as companhias valorizam um pouco o profissional, tanto com aumento de salário (53%) como com promoções (55%).
"Acredito que 25% dos alunos que fazem o curso não deverão ter os resultados mais esperados para a carreira", calcula Alessandro Saad, diretor-executivo da escola Mercatus Educação em Negócios.
Ele argumenta que isso acontece por causa da banalização desse tipo de especialização e da escolha precoce por cursá-la, especialmente quando o aluno não tem muita experiência profissional para compartilhar com seus colegas.
Por outro lado, ele conta que, durante o curso, "20% já têm sua imagem mudada na empresa onde estão empregados e são até promovidos", avalia.
Com as três letrinhas constando em cada vez mais currículos, as empresas ficam mais seletivas. "Há maior exigência quanto ao curso e à instituição escolhida", avalia Leonel da Silveira Duarte, professor e coordenador do MBA em engenharia econômica da Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Devido à grande oferta de cursos, o MBA não é mais visto como um selo de alto desempenho do profissional.
"Na hora de avaliar currículos para posições de destaque, é claro que o título é bom, mas a experiência de trabalho é ainda melhor", comenta João Maurício Gama Boaventura, professor e diretor dos cursos de pós-graduação "lato sensu" da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado).
A dica do consultor da Dextron Management Consulting Gabriel Navarro, 31, é se informar bem. "Quando fiz a especialização, busquei informações sobre a escola, se era ou não gabaritada em negócios, e corri atrás do currículo dos professores", argumenta.
Atualização conta ponto
Para o diretor de recursos humanos da Klabin Segall, Flavio Staudohar, "o profissional se valoriza conforme se mantém atualizado. Títulos sempre serão bem-vindos, desde que estejam fundamentados em conceitos e entidades sérias, qualificadas e com alto grau de comprometimento. Hoje, o MBA ainda credencia o profissional a um degrau maior".
No caso do bancário Roberto Leandro Rinieri, 32, a promoção já veio. "Logo que entrei no MBA passei a ser visto e a integrar a minha equipe de outra maneira", observa.
"Mesmo não tendo sido ainda efetivado na função, já que estamos reestruturando o setor, a valorização se dá na observação de posicionamentos diferentes na tomada de decisão, relação com o cliente e melhor desempenho global."
(GG)
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