São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997.



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Vasco quer cobrir painéis de publicidade

da Sucursal do Rio

O vice-presidente de Futebol do Vasco, Eurico Miranda, reagiu com virulência ao recém-assinado contrato da Traffic com a Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro) referente à exploração de 18 painéis no Maracanã.
Miranda notificou o órgão na quarta-feira sobre a reivindicação de seu clube de receber uma parcela da arrecadação com as placas na final de hoje.
"Como a resposta foi de que nenhum tostão seria pago, pedimos à Justiça para impedir a exibição das placas. Queremos que todas elas sejam cobertas com um pano preto", afirmou Miranda.
Para o dirigente-deputado (PPB-RJ), a administração do Maracanã não tem o direito de faturar com os clubes que alugam o estádio.
"Já pago 13% da renda como taxa. Vou dar dinheiro de placa para eles?"
"Nos Estados Unidos, quando um clube aluga o Giants Stadium, ele decide se quer o estádio com ou sem publicidade."
Eurico x Kleber
O ataque de Miranda ao contrato é um novo capítulo na sua "guerra" política com o presidente do Flamengo, Kleber Leite, sócio da Traffic, segundo Raul Raposo, presidente da Suderj.
O dirigente vascaíno disse que o contrato das emissoras de TV com os clubes para o Torneio Rio-São Paulo de 98 determinava que todos os jogos fossem no Maracanã.
"Kleber participou do acordo. Como eu só aceitei que o Vasco fizesse em São Januário os jogos em casa, já estão tendo que marcar clássicos cariocas para Brasília", disse Miranda.
De acordo com seus cálculos, o Vasco ganha cerca de R$ 40 mil por partida com a exploração de placas em São Januário, onde faz as partidas de menor importância.
"Em 25 jogos com televisão em um ano, faturamos R$ 1 milhão."
Kleber Leite afirma que, para polemizar com Miranda, o Flamengo escala o roupeiro Babão.
Raul Raposo defendeu a negociação com a Traffic afirmando que também não fez licitação nos anos de 1995 e de 1996.
"Estou rigorosamente dentro da lei. Consegui agilidade e melhor preço. Tudo o que se faz com licitação em qualquer lugar do Brasil sai mais caro. Essa é uma lei falida", afirmou.
O presidente da Suderj será candidato a deputado estadual em 1998. (MÁRIO MAGALHÃES)


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