São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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Marta amplia verba a religiosos e pede apoio

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) anunciou ontem, em café da manhã com representantes da Igreja Católica, o aumento do repasse de verbas para entidades sociais conveniadas com a Prefeitura de São Paulo, como creches e albergues.
Nos últimos dias, Marta tem anunciado medidas administrativas com impacto direto no humor de parcelas do eleitorado, como a liberação dos corredores de ônibus para taxistas e a antecipação de verbas para escolas de samba.
Ontem, pediu que os religiosos que representam entidades sociais utilizem sua influência para conseguir votos.
"Nós somos parceiros, e eu queria pedir o apoio de cada um -e não é o apoio só do voto. Aqui cada um não representa meia dúzia de pessoas, cada um aqui representa comunidades que têm milhares de pessoas. E essas pessoas são beneficiadas por este governo e precisam entender isso. Este governo quer completar o que iniciou", disse Marta.
A partir de agora, a prefeitura vai repassar uma mensalidade a mais para cada entidade, dividida em três vezes. O adicional, uma espécie de décimo-terceiro, tem o objetivo de melhorar a infra-estrutura e os serviços dos locais.
A prefeitura repassa, por meio da Secretaria de Assistência Social, R$ 108 milhões por ano para esses convênios. Desse dinheiro, R$ 30 milhões vão para as entidades católicas, público do discurso de Marta ontem. Havia cerca de cem religiosos no local.
Por ano, a ajuda às entidades será de R$ 9 milhões, divididos em três parcelas. A primeira, de 40%, será paga já em novembro.
A nova regra também beneficia as creches conveniadas, mas o valor não está disponível. A Secretaria da Educação não quis informar à Folha quanto repassa para as 344 creches conveniadas.
O cônego Severino Martins, que formou a mesa com Marta ontem e cuida da catedral da Sé, afirmou que a igreja não apóia nenhum candidato, apesar de ter feito discurso bastante elogioso à prefeita.
A respeito do anúncio de mais verbas a dias da eleição, o religioso disse que não vê conotação eleitoral. Mas admitiu que "uma boa notícia sempre sensibiliza [para ajudar a pedir votos]".
A secretária da Assistência Social, Aldaíza Sposati, comemorou a medida e disse que não há intenção eleitoreira. "É uma reivindicação antiga." Além de aumentar o repasse, a prefeitura mudou as regras de prestação de contas.

Informatização
Na hora do almoço, a prefeita participou de solenidade de lançamento da informatização da rede municipal de saúde, que Marta classificou como "um avanço muito importante".
Apesar de o ato ser da prefeitura, a informatização da rede é o que a prefeita sempre cita como o último passo necessário para a implementação do CEU-Saúde, uma de suas principais promessas de campanha.
A informatização começará na região da Lapa e, segundo a prefeitura, deve estar finalizada em fevereiro do ano que vem.
Neste ano, a prefeitura gastou R$ 18 milhões com o projeto. Segundo Antônio Carlos Lira, responsável pelo programa, a informatização só não foi feita antes porque não havia estrutura.
À noite, Marta foi recebida em jantar de apoio da candidatura do vereador Arselino Tatto (PT), presidente da Câmara Municipal.


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