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AJUDA FINANCEIRA
Objetivo do governo é impedir fortalecimento do PMDB
Planalto indica o PTB para governadores após as eleições
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alçado a aliado preferencial do
governo, o PTB está sendo o destino sugerido pelo Palácio do Planalto para abrigar governadores,
senadores e deputados após as
eleições de outubro, em detrimento do PMDB. A Casa Civil
não quer fortalecer ainda mais o
PMDB, que já é a maior bancada
no Senado, temendo ficar refém
do partido. As duas legendas estão disputando filiações.
O PTB já fez o convite para três
governadores: o do Maranhão,
José Reinaldo Tavares (PFL), o de
Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS),
e o do Espírito Santo, Paulo Hartung (sem partido). Desses, somente Tavares não cogita ir para
o PMDB, porque está rompido
com a família do presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP).
A operação da Casa Civil de desestimular filiações ao PMDB está
desagradando a lideranças do
partido. No desenho original da
base aliada feito pelo Palácio do
Planalto, não estava previsto um
partido tão maior que os demais
-daí a tentativa de aumentar a
sustentação do governo via PTB.
"Estão tentando fazer o PTB
crescer com anabolizante, o que
não é bom. Além de proibido em
qualquer competição, nunca deu
certo, porque estraga o fígado e
cria vários outros problemas",
disse o senador Ney Suassuna
(PMDB-PB).
No final de semana, a revista
"Veja" noticiou que PT e PTB fecharam acordo pelo qual o primeiro daria R$ 10 milhões ao segundo em troca de apoio nas eleições municipais. O presidente do
PTB, deputado Roberto Jefferson
(RJ), disse que o pedido de ajuda
financeira foi feito apenas para a
campanha de Recife (PE), no valor de R$ 1,5 milhão, mas o PT teria alegado falta de dinheiro.
Apesar da operação da Casa Civil, as conversas de parlamentares
com o PMDB continuam, o que
não exclui negociações com o
PTB. Estão nessa situação os senadores Aelton Freitas (PL-MG) e
Juvêncio da Fonseca (PDT-MS).
"Explicações"
O governador mineiro, Aécio
Neves (PSDB), que ontem participou de ato de campanha pela eleição de João Leite (PSB) à Prefeitura de Belo Horizonte, lançou dúvidas sobre "os métodos que o PT
usa para se fortalecer e para se
consolidar no poder". Afirmou
que o partido está "devendo explicações" sobre isso.
O PSDB anunciou ontem que
vai pedir à Procuradoria Geral da
República que apure se há um
acordo financeiro entre o PT e o
PTB. Os tucanos querem que os
envolvidos sejam intimados a
prestar esclarecimentos.
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