São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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AJUDA FINANCEIRA

Objetivo do governo é impedir fortalecimento do PMDB

Planalto indica o PTB para governadores após as eleições

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Alçado a aliado preferencial do governo, o PTB está sendo o destino sugerido pelo Palácio do Planalto para abrigar governadores, senadores e deputados após as eleições de outubro, em detrimento do PMDB. A Casa Civil não quer fortalecer ainda mais o PMDB, que já é a maior bancada no Senado, temendo ficar refém do partido. As duas legendas estão disputando filiações.
O PTB já fez o convite para três governadores: o do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PFL), o de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), e o do Espírito Santo, Paulo Hartung (sem partido). Desses, somente Tavares não cogita ir para o PMDB, porque está rompido com a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
A operação da Casa Civil de desestimular filiações ao PMDB está desagradando a lideranças do partido. No desenho original da base aliada feito pelo Palácio do Planalto, não estava previsto um partido tão maior que os demais -daí a tentativa de aumentar a sustentação do governo via PTB.
"Estão tentando fazer o PTB crescer com anabolizante, o que não é bom. Além de proibido em qualquer competição, nunca deu certo, porque estraga o fígado e cria vários outros problemas", disse o senador Ney Suassuna (PMDB-PB).
No final de semana, a revista "Veja" noticiou que PT e PTB fecharam acordo pelo qual o primeiro daria R$ 10 milhões ao segundo em troca de apoio nas eleições municipais. O presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), disse que o pedido de ajuda financeira foi feito apenas para a campanha de Recife (PE), no valor de R$ 1,5 milhão, mas o PT teria alegado falta de dinheiro.
Apesar da operação da Casa Civil, as conversas de parlamentares com o PMDB continuam, o que não exclui negociações com o PTB. Estão nessa situação os senadores Aelton Freitas (PL-MG) e Juvêncio da Fonseca (PDT-MS).

"Explicações"
O governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), que ontem participou de ato de campanha pela eleição de João Leite (PSB) à Prefeitura de Belo Horizonte, lançou dúvidas sobre "os métodos que o PT usa para se fortalecer e para se consolidar no poder". Afirmou que o partido está "devendo explicações" sobre isso.
O PSDB anunciou ontem que vai pedir à Procuradoria Geral da República que apure se há um acordo financeiro entre o PT e o PTB. Os tucanos querem que os envolvidos sejam intimados a prestar esclarecimentos.


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