São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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INICIADO

Riachos e subidas íngremes calibram agilidade do piloto

Quem já estreou na lama pode pôr guincho e snorkel para funcionar

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Castelhanos é uma trilha para quem conhece bem o veículo e já está preparado para ir além da fase iniciante. Situada em Ilhabela (a 200 km de São Paulo), a maior ilha oceânica brasileira, a estrada que leva até a praia tem 22 quilômetros, e pelo menos 19 deles são de terra.
Em média, o percurso que cruza a ilha em meio à mata atlântica é feito em duas horas. Na temporada de muita chuva, geralmente janeiro e fevereiro, a tração 4x4 pede a companhia do guincho para sair da lama.
Nesse percurso, quem já sofreu no barro pode se aventurar na água. Perto da praia há um riacho que, na época de chuva, pede que o veículo seja reforçado com um snorkel, tubo instalado desde a entrada do filtro de ar até a parte mais alta do carro. Ele evita que água e lama entrem no motor, nos diferenciais e em pontos críticos.
Na terra, a trilha passa dentro do Parque Estadual de Ilhabela, onde dá para encontrar muitas pedras no caminho e erosões acentuadas.
A consultora de gestão de negócios Priscila Perdicaris, 29, desbravou essa trilha pela primeira vez -com seu Toyota Bandeirante ano 1988- e considerou a mais difícil que já fez a bordo de seu 4x4. ""A incerteza de conseguir passar ou não pelos obstáculos é o mais gostoso do percurso", opina.
Para ela, essa não é uma trilha para quem procura atoleiros porque há bastante fluxo de veículos e muitos trechos ficam demarcados. ""Mesmo assim, ela é considerada média. É preciso estar com um modelo de veículo adequado, porque há muitos buracos e dá medo de olhar para o lado e ver um barranco enorme", declara.
Ela também elogiou a vista de vários pontos do caminho, mas preferiria ver uma praia mais selvagem. ""Há muitas mesinhas na areia e infra-estrutura para receber o turista em um lugar difícil de chegar e que não tem energia elétrica."

Subida íngreme
O estudante Alex Briatte Mantchez, 25, que tem um jipe Wyllis 1951 equipado com guincho elétrico e direção hidráulica, já esteve várias vezes em Castelhanos. "É um lugar magnífico, mas, de uns anos para cá, dá para perceber que está ficando cada vez mais acessível, o que desperta interesse em especulação imobiliária", avalia.
Mantchez destaca a primeira subida íngreme de quem volta da praia, de onde brota água do morro e do chão mesmo depois de parar de chover. "O trecho fica escorregadio, e o veículo tem muita dificuldade de vencer as erosões", conta.
Neste mês, ele precisou puxar um Jeep Cherokee que estava pendurado no barranco. "O motorista foi desviar de uma pedra e uma roda saiu fora da pista. Foi necessário passar uma cinta na árvore para poder puxar o carro com o guincho."
O que mais atrai o estudante a voltar a Castelhano é o mirante de onde se avistam a praia, o nascer do sol e a cachoeira. (RM)


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