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INICIADO
Riachos e subidas íngremes calibram agilidade do piloto
Quem já estreou na lama pode pôr guincho e snorkel para funcionar
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Castelhanos é uma trilha para quem conhece bem o veículo
e já está preparado para ir além
da fase iniciante. Situada em
Ilhabela (a 200 km de São Paulo), a maior ilha oceânica brasileira, a estrada que leva até a
praia tem 22 quilômetros, e pelo menos 19 deles são de terra.
Em média, o percurso que
cruza a ilha em meio à mata
atlântica é feito em duas horas.
Na temporada de muita chuva,
geralmente janeiro e fevereiro,
a tração 4x4 pede a companhia
do guincho para sair da lama.
Nesse percurso, quem já sofreu no barro pode se aventurar
na água. Perto da praia há um
riacho que, na época de chuva,
pede que o veículo seja reforçado com um snorkel, tubo instalado desde a entrada do filtro de
ar até a parte mais alta do carro.
Ele evita que água e lama entrem no motor, nos diferenciais
e em pontos críticos.
Na terra, a trilha passa dentro do Parque Estadual de Ilhabela, onde dá para encontrar
muitas pedras no caminho e
erosões acentuadas.
A consultora de gestão de negócios Priscila Perdicaris, 29,
desbravou essa trilha pela primeira vez -com seu Toyota
Bandeirante ano 1988- e considerou a mais difícil que já fez
a bordo de seu 4x4. ""A incerteza de conseguir passar ou não
pelos obstáculos é o mais gostoso do percurso", opina.
Para ela, essa não é uma trilha para quem procura atoleiros porque há bastante fluxo de
veículos e muitos trechos ficam
demarcados. ""Mesmo assim,
ela é considerada média. É preciso estar com um modelo de
veículo adequado, porque há
muitos buracos e dá medo de
olhar para o lado e ver um barranco enorme", declara.
Ela também elogiou a vista
de vários pontos do caminho,
mas preferiria ver uma praia
mais selvagem. ""Há muitas mesinhas na areia e infra-estrutura para receber o turista em um
lugar difícil de chegar e que não
tem energia elétrica."
Subida íngreme
O estudante Alex Briatte
Mantchez, 25, que tem um jipe
Wyllis 1951 equipado com guincho elétrico e direção hidráulica, já esteve várias vezes em
Castelhanos. "É um lugar magnífico, mas, de uns anos para cá,
dá para perceber que está ficando cada vez mais acessível, o
que desperta interesse em especulação imobiliária", avalia.
Mantchez destaca a primeira
subida íngreme de quem volta
da praia, de onde brota água do
morro e do chão mesmo depois
de parar de chover. "O trecho
fica escorregadio, e o veículo
tem muita dificuldade de vencer as erosões", conta.
Neste mês, ele precisou puxar um Jeep Cherokee que estava pendurado no barranco.
"O motorista foi desviar de uma
pedra e uma roda saiu fora da
pista. Foi necessário passar
uma cinta na árvore para poder
puxar o carro com o guincho."
O que mais atrai o estudante
a voltar a Castelhano é o mirante de onde se avistam a praia, o
nascer do sol e a cachoeira.
(RM)
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