São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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CAMPANHA

Tucano afirma que aluno do CEU custa oito vezes mais e que sua prioridade é acabar com as escolas de lata

Serra diz que só fará CEU se Marta deixar verba

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
O candidato do PSDB a prefeito paulistano, José Serra, prepara-se para entrar no carro após conceder entrevista à Rádio Bandeirantes


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse ontem que, se eleito, só construirá novos Centros Educacionais Unificados (CEUs) se encontrar fonte de "dinheiro sadio, direitinho, sem truques" e "sem enganação" no Orçamento da Prefeitura.
Com isso, deixa claro que não destinará um centavo além do que já está previsto para as obras. Ontem, em entrevista à Rádio Bandeirantes, Serra admitiu que os novos CEUs não estão entre suas prioridades, enquanto "existem 100 mil crianças fora de creches e 100 mil fora de pré-escola".
"Você não acha que a prioridade é botar essas crianças na escola? Eu acho. Existem 50 mil crianças em escolas de lata. A prioridade número um não é tirá-las imediatamente da escola de lata?", argumentou o tucano, alegando que um aluno do CEU custa oito vezes mais do que numa escola normal.
Dentro e fora de estúdio, Serra prometeu aprimorar os CEUs porque os atuais "não melhoraram em um milímetro a educação". Ele repetiu que não haverá paralisação, desde que não haja "enganação orçamentária".
"Chega lá e fala "40 CEUs a mais, 100", bota as placas e fica falando "vote em mim que vou fazer". Precisa saber se tem o dinheiro. Se tiver, a gente faz. Se não tiver, não dá para fazer", afirmou Serra.
O tucano voltou a criticar a forma de participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha da prefeita Marta Suplicy (PT). Lula pediu votos durante inauguração da extensão da Radial Leste. Citando a coluna de Fernando Rodrigues, publicada ontem na Folha, Serra apontou a retirada do discurso de Lula da página da Presidência como uma prova do "arrependimento".
"Eles tiraram do site da Presidência o discurso do Lula, o que é esquisítissimo, como se fosse uma espécie de arrependimento. Porque, se não, teriam mantido", disse Serra, segundo o qual o governo federal está se "esforçando para tirar isso do noticiário" e "querendo sair dessa".
Ontem, o governo voltou a colocar no ar o discurso, mas suprimiu os trechos em que Lula pediu votos para a petista.
Ao usar a Radial Leste como um exemplo de obra feita às pressas com objetivo eleitoral, o candidato tucano disse que, embora tenha cedido o terreno, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), não foi convidado para a cerimônia de inauguração da obra.
"Diga-se de passagem, o leito, que é uma parte mais cara ou caríssima, foi cedida pelo governo do Estado. Ninguém menciona isso. É uma obra com parceria do governo do Estado, que nem foi chamado para a inauguração", declarou Serra. Em abril, o governo do Estado liberou 8,6 quilômetros de leito ferroviário entre Itaquera e Guaianazes para a realização da obra da nova Radial Leste.
Na rádio, Serra insistiu nas críticas às obras feitas por Marta em período eleitoral, chamando os túneis da Faria Lima de "a menor distância entre dois engarrafamentos" e se comprometeu a concluir o Fura-Fila.


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