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RIO DE JANEIRO
TRE vê indício de crime eleitoral em cadastramento do Bolsa-Família
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS (RJ)
O presidente do TRE (Tribunal
Regional Eleitoral) do Rio, Marcus Faver, disse ontem que é um
"indício" de aproveitamento eleitoral a exigência de apresentação
de título de eleitor para pessoas
que tentam se cadastrar no Bolsa-Família, do governo federal.
Faver, que esteve ontem em
Campos (RJ), afirmou que o TRE
apura se foi cometido crime eleitoral em São Francisco de Itabapoana (RJ), onde, a duas semanas
da eleição, a prefeitura e o governo estadual cadastraram famílias
carentes para receber o benefício.
Entre os documentos exigidos, está o título de eleitor. "É um indício
[de uso eleitoral]. Você tem que
identificar e cadastrar as pessoas.
Mas você pode fazer isso com
uma carteira de identidade."
Se o TRE constatar aproveitamento eleitoral na concessão do
Bolsa-Família, haverá punições.
"Se isso ocorreu, a pessoa envolvida poderá não só não ser diplomada [se eleita] como até perder
o eventual mandato", disse Faver.
O cadastramento em São Francisco de Itabapoana foi na semana
passada. A prefeitura distribuiu
cerca de 2.000 senhas e cadastrou
900 candidatos ao benefício. Todos tiveram de apresentar o título
de eleitor. A Secretaria de Educação do Estado chegou a distribuir
ofício aos candidatos com a listagem de documentos obrigatórios,
Entre eles, o título de eleitor.
Ontem, o prefeito Pedro Cherene (PMDB), candidato a reeleição
com o apoio da governadora Rosinha Matheus (PMDB), disse que
não houve a intenção de tirar vantagem política do Bolsa-Família.
Ontem, os três técnicos enviados pelo Ministério do Desenvolvimento Social para investigar como ocorreram os cadastramentos
deixaram São Francisco de Itabapoana. O relatório deles deverá ficar pronto na semana que vem.
O superintendente da Polícia
Federal no Estado, José Milton
Rodrigues, acompanhou Faver
em Campos e disse que a PF deverá investigar o caso, pois os benefícios do Bolsa-Família são pagos
pela Caixa Econômica Federal.
A Secretaria Estadual de Educação divulgou nota em que nega
relação com o Bolsa-Família.
Afirma que sindicância interna
constatou que houve iniciativa de
servidoras públicas estaduais
num "espírito de cooperação", o
que foi considerado "desejável".
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