DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato à prefeitura paulistana Paulo Maluf (PP) foi questionado ontem por uma malufista sobre o pacto firmado entre o PP e o PT de Marta Suplicy. A pergunta foi feita por Célia Regina Castro, diretora do Sescon (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis), após palestra do candidato.
"Sempre votei no senhor e vou continuar votando. O que há de verdade nessa ligação do senhor com o PT?", perguntou Célia, que queria saber o motivo de Maluf não criticar a petista.
Maluf se apressou em desfazer qualquer vínculo com o PT e atribuiu a dúvida da eleitora a uma "mentira grossa" da imprensa para prejudicá-lo. Em seguida, passou a criticar José Serra (PSDB) e os tucanos em geral. "Não posso votar no Serra. Na Marta, eu também não quero. Então peço que vocês me ajudem e votem em mim", disse Maluf.
No final, Célia disse não ter ficado convencida. "Vou esperar. Quero que o Maluf ganhe, mas, se ele apoiar Marta num segundo turno, nunca mais voto nele."
Pelo pacto PP-PT, Marta não seria criticada por Maluf que, por sua vez, seria poupado na CPI do Banestado, que investiga evasão de recursos para o exterior. O relator da CPI, deputado José Mentor (PT), negou que haja um pacto de não-agressão.
A Justiça Eleitoral suspendeu ontem o programa eleitoral do PP que levanta denúncias contra Serra. Maluf disse que o horário eleitoral foi destinado apenas para dizer a verdade. Se alguém tivesse dúvidas, disse, deveria procurar o advogado Sérgio Redó, ligado à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e malufista de carteirinha.
Redó, segundo Maluf, conhece Alexandre Arêas, 34, que afirmou ter levado um "calote" de Serra.
Ontem, Redó disse que não conhece o rapaz e que não sabe nem como nem onde nem quando ele gravou sua participação no programa do PP. "Não o conheço, mas se ele vier me procurar, vou defendê-lo e graça. Imagine... ficar devendo para um deficiente."


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