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SP 450
DE TODOS OS LUGARES
Naturais da capital têm mais peso nos grupos de renda elevada e de maior escolaridade; 53% vieram de outros lugares
Maioria nasceu fora da cidade
DA REDAÇÃO
Receita para enxergar uma face
da desigualdade em São Paulo.
Corte a população em três fatias:
os nascidos na capital, os provenientes do interior do Estado e os
vindos de outras partes do país.
Separe as faixas de renda e de escolaridade e depois compare. Os
naturais de São Paulo representam 47% dos habitantes maiores
de 16 anos ouvidos pelo Datafolha. Eles são mais expressivos nos
grupos mais ricos e escolarizados.
O peso proporcional dos nascidos na capital é maior no grupo
de renda familiar mensal acima
de dez salários mínimos (58%).
São 62% dos com ensino superior
e apenas 30% daqueles que têm
educação fundamental.
Os do interior do Estado são
11%. Possuem perfil parecido
com os nativos e representam
18% dos que têm ensino superior.
São números que contrastam
com os da população vinda do
Nordeste, que é em maior proporção na faixa até cinco salários
mínimos e no grupo de escolaridade fundamental. Os moradores
que nasceram na Bahia, por
exemplo, representam 11% dos
ouvidos. Proporcionalmente, têm
peso menor entre os que ganham
acima de dez salários (5%) e os
que têm formação superior (3%).
Os contrastes são menores
quando se consideram os residentes vindos de Minas Gerais
(Sudeste) e do Paraná (Sul).
A partir do final do século 19 e
nas primeiras décadas do século
20, a cidade recebeu grande contingente de imigrantes, em especial italianos. A vinda de pessoas
de outras partes do país ganhou
intensidade nos anos 30.
O Censo 2000 revelou que a capital ainda recebe migrantes, notadamente do Nordeste, porém
muitas pessoas deixam a cidade.
De 1995 a 2000, mudaram-se para
São Paulo 428 mil pessoas, mas
379 mil deixaram a capital.
A pesquisa Datafolha mostra
que apenas 15% dos ouvidos têm
pai nascido em São Paulo; 16%
possuem mãe natural da cidade.
Dos não-naturais, 11% chegaram
à capital nos últimos seis anos.
Religião
Em 2003, o Datafolha detectou
um crescimento dos que não têm
religião na capital. Eles chegaram
10% -eram 7% em 2001. Houve
mudanças nos percentuais de católicos (de 62% para 60%) e de
pentecostais (de 17% para 16%),
variações dentro da margem de
erro de dois pontos percentuais.
(EDNEY CIELICI DIAS)
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