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Maluf apóia programa gravado em Recife
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PP à Prefeitura
de São Paulo, Paulo Maluf, disse
ontem que a montagem de seu
programa eleitoral, que incluiu
depoimentos de recifenses como
se fossem de eleitores paulistanos,
não faz diferença.
De acordo com o candidato, como as denúncias apresentadas
contra José Serra (PSDB) remontam ao período da campanha presidencial de 2002, é justificável a
inclusão de depoimentos de pessoas "do Recife, de Manaus, do
Rio Grande do Sul ou de Itu".
O polêmico programa foi ao ar
no horário eleitoral gratuito da última quarta-feira. O alvo foi o tucano Serra, acusado de ter dado o
calote em um deficiente físico que
teria trabalhado na campanha tucana de 2002.
O depoimento dos seis personagens de Recife, cujos nomes são
omitidos, dá a entender que reprovam o tucano, apesar de não
citarem o nome de Serra nas respostas. Por meio do programa,
não é possível saber qual a pergunta formulada a eles.
Descobre-se que as imagens foram gravadas em Recife, não em
São Paulo, que é o palco da disputa malufista, graças ao reflexo de
um ônibus inadvertidamente
captado por uma vitrine, que fazia
fundos para um dos entrevistados. O ônibus é da viação Pedrosa, que circula apenas na capital
pernambucana.
O marqueteiro de Maluf, Marcelo Teixeira, que é pernambucano e tem a conta da prefeitura petista de Recife, apresentou anteontem duas versões. Primeiro
disse que as entrevistas foram feitas em São Paulo. Depois, questionado sobre o ônibus, disse que
o importante são as denúncias,
não a origem das pessoas.
Teixeira também trabalhou para a Prefeitura de São Paulo, da
prefeita Marta Suplicy (PT). Ele
deixou a conta publicitária petista
no final de 2003, para entrar na
campanha de Maluf.
Reação
Questionado se tinha conhecimento do uso de recifenses no
programa e se a montagem não
configura fraude, Maluf elevou o
tom de voz. Disse que a reportagem é parcial, pois deveria se deter nas denúncias, não em como o
programa foi elaborado. Afirmou
ainda que, se fosse o publisher
Octávio Frias de Oliveira, demitiria a repórter.
"Se eu fosse o Octávio Frias, eu
te demitia. Você não foi ouvir o
candidato sobre a escritura de R$
1, vendida depois por R$ 100 mil."
Maluf participou ontem de um
café da manhã com comerciantes
e empresários e depois fez uma
palestra na ONG Viva o Centro,
onde voltou a criticar o tucano
Serra e o governo do Estado de
São Paulo.
Aos empresários, Maluf disse
que, baseado em pesquisas particulares, está com 25% das intenções de voto em São Paulo -segundo o último Datafolha, Maluf
tem 11%-, e pediu votos.
No Viva o Centro, o candidato
prometeu obras de revitalização
do centro de São Paulo e disse que
iria estudar a implantação de
bondes gratuitos.
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