São Paulo, domingo, 25 de setembro de 2011

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Estudante usa rede social para aprender

Escolas criam perfil próprio para compartilhar conteúdos ensinados

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com a tecnologia cada vez mais presente em seu cotidiano, as crianças fazem menos distinção entre amigos reais que moram na casa vizinha ou virtuais, que só conhecem pelo computador. Isso traz um desafio para as escolas: preparar os alunos para viver num mundo em que se desfazem as fronteiras entre on-line e off-line.
Nesse contexto, especialistas defendem que o trabalho dos educadores é ir contra posturas mais resistentes, que veem com reserva a adoção de redes sociais na escola, e usar criativamente plataformas como o Facebook.
"O pai precisa ter em mente que o papel da escola é a formação do jovem para viver no mundo contemporâneo", diz o consultor do Centro de Estudos em Educação e Sociedade, Nelson Pretto.
Para André Meller, coordenador de comunicação e projetos do colégio Oswald de Andrade, na zona oeste, "o desafio é conseguir aproveitar o potencial de discussão e debate dessas ferramentas".
Assim, a função da escola seria mais de mediação do que de controle das possibilidades da internet.
Para pôr em prática a ideia, o Oswald não proíbe o acesso a nenhum site em sua rede interna. Ao contrário, mantém blogs de professores e tem perfil no Twitter e no Facebook, usados para debate dos alunos na internet.
Os estudantes abraçam a ideia e também veem a iniciativa como uma forma de enriquecer o conteúdo ensinado em sala de aula.
"A gente acha muita coisa relacionada ao assunto e publica lá para os colegas verem também", diz Joana Granjeiro, 15, aluna do primeiro ano. Sua colega Virgínia Crescenti, 15, concorda. "É uma ferramenta que faz parte da nossa época."

MAIS QUE BATE-PAPO
O professor de português Luis Junqueira, da escola Castanheiras, em Santana de Parnaíba (Grande SP), destaca que o mais importante é "mostrar aos alunos as potencialidades que vão além do bate-papo e dos games".
Junqueira também considera improdutivo o bloqueio de sites em escolas. "Proibir é colocar um muro na discussão, e a escola é o espaço para desenvolver relações sociais, que acontecem também pela internet."
Ele destaca, porém, que os professores não podem perder de vista a função pedagógica de mostrar como tirar proveito das novas formas de interação que vão surgindo ao longo do tempo.
"É nosso dever mostrar aos alunos quando é melhor usar papel e lápis ou escrever num blog", diz o professor.
(THIAGO FERNANDES)


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