São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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COPA DE 1998

Ronaldo, derrota, crise

Quem conta a história abaixo é Ricardo Teixeira, durante um bate-papo com jornalistas no dia 17 de abril último, em Lisboa:
"Eu me lembro nitidamente, como se fosse hoje. Quando desci das tribunas e entrei no vestiário vi o Ronaldo sentado, já de meia e chuteira, só de sunga, com calção na canela. Perguntei como ele estava. Ele disse: "vou arrebentar presidente". Aí fui para uma sala ao lado, onde estavam o Zagallo [técnico", o Lídio Toledo [médico" e o Fábio Koff [chefe da delegação na Copa-98"".
O episódio ocorreu momentos antes da final da Copa do Mundo da França. O jogador havia tido uma crise nervosa na tarde que antecedeu a partida e fora levado para um hospital de Paris.
Era a segunda vez que Teixeira entrava em ação para apagar incêndios. "Foram me chamar à tarde, dizendo que o Ronaldo tinha tido um piripaque, que estava mal. Fui para o local da concentração e dei de cara com ele, com um Gatorade sabor laranja na mão, dizendo que estava tudo bem. Depois, fui para o estádio."
O trio Zagallo, Toledo e Koff informou ao dirigente que Ronaldo iria jogar, mas que a escalação já havia sido entregue à Fifa com o nome de Edmundo. "Fui até o gramado e consegui mudar."
Talvez, se soubesse o que o episódio desencadearia em sua vida, o dirigente teria tido uma participação mais ativa. Com Ronaldo, o Brasil perdeu da França por 3 a 0.
Dois anos depois, a escalação do atacante, maior estrela da Nike no futebol, seria um dos combustíveis para a instalação das CPIs que devassaram o dirigente.


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