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DANTE PAZZANESE
Hospital destoa pela "identidade pública"
ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Dante Pazzanese sofreu
oposição quando quis fundar
um instituto especializado em
doenças do coração vinculado
ao serviço público -a praxe da
época era pertencer a universidade. Mais de 50 anos depois, o
hospital detém o marco de oferecer a primeira residência médica no país e o pioneirismo no
uso do stent (pequena rede que
impede a artéria de obstruir
novamente) farmacológico.
Dos citados na pesquisa Datafolha na área de cardiologia, o
Dante é o único financiado pelo
setor público (leia-se o governo
de SP e o SUS). E faz poucas cirurgias por convênio (dez por
mês). "Somos 99,5% públicos.
Não fazemos atendimento ambulatorial de convênio", diz o
cardiologista Leopoldo Piegas,
diretor-geral do hospital.
Situado de frente para o parque Ibirapuera, o Dante tem 20
ambulatórios especializados e
o serviço de emergência, que
atendem a cerca de 18 mil pacientes por mês. Conta hoje
com 280 leitos, mais 50 na UTI
e 25 na unidade coronariana.
O hospital realiza cerca de
250 cirurgias cardiovasculares
por mês, quando ocorrem 600
cateterismos diagnósticos e 155
terapêuticos. Mais de 210 corações já foram transplantados
no centro cirúrgico, além de
400 rins. Neste mês, foi feito
um transplante de fígado pela
primeira vez no hospital. No
ano, são 250 mil atendimentos.
"O Dante não tem a hotelaria
de um hospital privado, mas o
atendimento é de alto nível. E
lá se faz pesquisa de ponta e ensino de qualidade", afirma o
cardiologista Eduardo de Sousa, o primeiro no mundo a colocar um stent coronariano.
O programa de residência em
cardiologia e cirurgia cardiovascular foi adotado em 1959.
Após virar associado da USP
nos anos 90, o Dante oferece o
curso de doutoramento de tecnologia em cardiologia.
Um diferencial do hospital é
o serviço de bioengenharia, iniciado nos anos 60 pelo cardiologista Adib Jatene. Como havia dificuldade de obtenção de
equipamento especializado,
como marca-passos e válvulas
cardíacas, foi montado um departamento para a fabricação
interna dos produtos em falta.
O setor ainda se mantém, conduzido por engenheiros, e os
produtos são comercializados.
Neste ano, o Dante obteve o
certificado de qualidade da Organização Nacional de Acreditação -é o primeiro hospital
público do país especializado
em cardiologia a recebê-lo.
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