São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010 |
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Em 7 anos, Grande SP ganha 20 bilíngues
Já nas escolas mais antigas, para cada estudante matriculado, há outro na fila de espera por uma vaga
GUILHERME VOITCH LUCIANO BOTTINI FILHO RAPHAEL MARCHIORI RAPHAEL SASSAKI RODNEI CORSINI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A turma se reúne ao lado da professora, que mostra imagens de animais típicos brasileiros. As crianças, com idades entre três e quatro anos, apontam os bichos e pronunciam seus nomes. Algumas se abraçam, deitam no colo da professora e riem. Seria uma típica aula de ensino infantil não fosse pelo idioma: a comunicação é toda feita em inglês. A cena, presenciada em uma das escolas bilíngues da Grande São Paulo, é cada vez mais corriqueira. Nos últimos sete anos, cerca de 20 instituições desse tipo foram abertas em São Paulo e na região metropolitana, segundo levantamento da Folha. Os colégios bilíngues oferecem o ensino de um segundo idioma -predominantemente o inglês- da maneira que os especialistas chamam de "imersão". A língua é utilizada em todos os momentos: das aulas à fila do lanche. "É no ensino infantil que as crianças estão mais preparadas para aprender uma segunda língua", diz Alexandre Feldman, especialista na área. Essa base é complementada no fundamental e no médio, quando o aluno aprende disciplinas como matemática e química no segundo idioma. O acesso a outro idioma não é o único diferencial da educação bilíngue. Nas escolas desse tipo, as crianças aprendem a conviver com diferenças desde cedo. Como os colégios atraem muitos estrangeiros, é comum que os alunos tenham colegas de diversas partes do mundo. Nas grandes instituições bilíngues e internacionais, não se vê uma sala sem no mínimo uma criança nascida em outro país. A escola americana Graded (Morumbi), a primeira internacional de São Paulo, tem alunos de 35 nacionalidades. INTERNACIONAIS Nos colégios internacionais, as diferenças vão além da língua. Segue-se o calendário e o currículo de outro país, permitindo ao aluno sair com um diploma brasileiro e outro estrangeiro. Diferentemente das bilíngues, porém, a abertura de escolas internacionais está estagnada. Criados para receber filhos de estrangeiros e de diplomatas ou executivos que mudam muito de país, hoje esses colégios atendem na maioria brasileiros interessados na fluência em um segundo idioma. Por isso, passaram a se preocupar mais com o vestibular brasileiro, já que grande parte dos alunos não pretende cursar faculdade fora. Mesmo sem crescer, a demanda por essas escolas continua alta. Para cada aluno matriculado, as escolas internacionais costumam ter outro na fila de espera -e isso com mensalidades custando a partir de R$ 2.000. Próximo Texto: Reportagem: Guia assistiu a aulas em 34 escolas Índice | Comunicar Erros |
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