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Aprendizado é mais fácil para os bebês
Estudo mostra que segundo e terceiro meses de vida são
os mais propícios para a aquisição da segunda língua
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Até o começo da década de
1960, o ensino bilíngue era
visto com ressalvas por educadores e pedagogos. Faltavam estudos e sobravam mitos sobre a educação em
duas línguas.
"Falava-se que a criança
não conseguiria aprender em
dois idiomas simultaneamente e que teria o cérebro
prejudicado pelo bilinguismo", diz Marcello Marcelino,
doutor em linguística pela
Unicamp e coordenador da
escola Red Balloon.
De lá para cá, foi publicada uma série de pesquisas
que derrubam a tese do efeito
prejudicial do bilinguismo,
mostrando, inclusive, que os
primeiros meses de vida são
os mais propícios para a
aquisição de outro idioma.
"Se a língua for útil para a
criança, será compreendida.
O cérebro da criança está preparado para a aquisição da
linguagem", afirma Suzana
Herculano-Houzel, neurocientista, professora da UFRJ
e colunista da Folha.
FOME DE SABER
Uma das mais recentes
pesquisas nesse sentido foi
conduzida pela neurolinguista Eloísa Lima, também
docente na UFRJ.
A pesquisadora utilizou
um mecanismo chamado de
chupetógrafo -uma chupeta
comum ligada a sensores-
para avaliar a receptividade
dos bebês a novas palavras.
"A sucção da chupeta é a
maneira pela qual as crianças demonstram entusiasmo
aos novos estímulos", diz
Eloísa. Os testes com o aparelho mostraram que bebês de
dois a três meses de idade
têm mais "fome de saber".
Eles sugaram a chupeta
com mais intensidade do que
as crianças um pouco mais
velhas, de até seis meses.
CONSOANTES
"O estudo prova que é entre 50 e 90 dias de vida que os
seres humanos adquirem a
compreensão das consoantes. É o uso dessas consoantes que dá significado aos
sons", diz Eloísa.
(GUILHERME VOITCH)
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