São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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Aprendizado é mais fácil para os bebês

Estudo mostra que segundo e terceiro meses de vida são os mais propícios para a aquisição da segunda língua

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Até o começo da década de 1960, o ensino bilíngue era visto com ressalvas por educadores e pedagogos. Faltavam estudos e sobravam mitos sobre a educação em duas línguas.
"Falava-se que a criança não conseguiria aprender em dois idiomas simultaneamente e que teria o cérebro prejudicado pelo bilinguismo", diz Marcello Marcelino, doutor em linguística pela Unicamp e coordenador da escola Red Balloon.
De lá para cá, foi publicada uma série de pesquisas que derrubam a tese do efeito prejudicial do bilinguismo, mostrando, inclusive, que os primeiros meses de vida são os mais propícios para a aquisição de outro idioma.
"Se a língua for útil para a criança, será compreendida. O cérebro da criança está preparado para a aquisição da linguagem", afirma Suzana Herculano-Houzel, neurocientista, professora da UFRJ e colunista da Folha.

FOME DE SABER
Uma das mais recentes pesquisas nesse sentido foi conduzida pela neurolinguista Eloísa Lima, também docente na UFRJ.
A pesquisadora utilizou um mecanismo chamado de chupetógrafo -uma chupeta comum ligada a sensores- para avaliar a receptividade dos bebês a novas palavras.
"A sucção da chupeta é a maneira pela qual as crianças demonstram entusiasmo aos novos estímulos", diz Eloísa. Os testes com o aparelho mostraram que bebês de dois a três meses de idade têm mais "fome de saber".
Eles sugaram a chupeta com mais intensidade do que as crianças um pouco mais velhas, de até seis meses.

CONSOANTES
"O estudo prova que é entre 50 e 90 dias de vida que os seres humanos adquirem a compreensão das consoantes. É o uso dessas consoantes que dá significado aos sons", diz Eloísa.
(GUILHERME VOITCH)


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