São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Sem professores, universidades têm conceito regular

Aposentadoria e falta de docente prejudicam a nota de alguns programas de instituições federais na avaliação

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Por ser a maior do setor biológico, a subárea de ciências biológicas 1 foi também a que mais teve programas descredenciados e com nota três.
Foram três descredenciamentos (do total de quatro) e 25 notas três (de 34) em cursos de biologia, botânica, genética, oceanografia biológica e zoologia. Nem todos os regulares têm problema: 13 (38%) são novos e têm mestrado ou doutorado iniciados depois de 2004.
Para o coordenador de biológicas 2, Adalberto Vieyra, é um equívoco considerar todas as notas três da mesma forma.
"Há uma transformação pouco percebida, especialmente nas regiões de fronteira. Cursos de pós têm um significado enorme para essa população. Prefiro um curso três em algumas áreas do que nenhum", diz.
Metade dos regulares está no Norte, seguido por Nordeste e Centro-Oeste, embora essas regiões tenham o menor percentual de cursos -11%, 15% e 8,6%, respectivamente, contra 43% no Sudeste e 22% no Sul.
A UFPI (Universidade Federal do Piauí) abriu em março do ano passado um mestrado em farmacologia que debutou com nota três. "É o único de ciências biológicas 2 na UFPI, e acreditamos que outros devam ser criados", diz a coordenadora do programa, Fernanda Almeida.
Segundo ela, a UFPI ainda não tem docentes qualificados suficientes para submeter outras propostas à Capes.
Já o doutorado em genética da UFPR (Universidade Federal do Paraná) recebeu nota três por outro tipo de problema: a aposentadoria de professores. "Quando isso ocorre sem rápida recomposição do quadro, há uma fase de transição. Esse aspecto não é considerado na avaliação", diz a pró-reitora de pós-graduação da UFPR, Maria Benigna de Oliveira.

Fechando as portas
Entre os descredenciados está o mestrado profissional em morfologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) que, segundo a universidade, está fechado há dois anos.
"Vamos pedir à Capes que corrija essa informação", afirma Helena Nader, coordenadora de pós-graduação em ciências biológicas da instituição.
O mesmo ocorre com o mestrado em ciências biológicas da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), embora o curso esteja funcionando para que os últimos alunos recebam diplomas. "Focado em genética, não tinha demanda", conta Marcos Tadeu Pacheco, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação.
Já no caso do mestrado em genética e biologia molecular da UFRGN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), o problema, segundo a pró-reitora de pós-graduação, Edna Maria da Silva, é o corpo docente restrito (cinco professores). "Preferiram levar as matérias para outras áreas de concentração, como biotecnologia."
O representante de ciências do mar da Universidade Santa Úrsula não foi encontrado para falar sobre o descredenciamento de seu programa. (RGV)


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