São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

Universo de cursos está em expansão

Geociências e ciências da computação registram aumento de programas; 45% deles têm alto desempenho

LUIZ DE FRANÇA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os efeitos da mudança climática, a busca por novas matrizes energéticas e a evolução das tecnologias da informação impulsionam o universo das ciências exatas e da terra.
Para o coordenador do núcleo de geociências da Capes, Roberto Dall'Agnol, essa especialidade vive momento de boa demanda de minérios devido ao crescimento econômico de países como a Índia e a China. "Nosso maior desafio é formar profissionais suficientes para atendê-la", comenta.
Se depender da qualidade da oferta de pós, o objetivo será cumprido. Entre os 42 cursos de geociências, 45% alcançaram conceitos cinco, seis e sete.
As notas mais altas ficaram com o programa de geociências da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e com os de meteorologia e geoquímica e geotectônica da USP. Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), PUC-Rio (Pontifícia Universitária Católica do Rio de Janeiro) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) fecham o quadro.
Para a coordenadora do programa de geoquímica e geotectônica da USP, Marly Babinski, a nota reflete os esforços da equipe em manter um grau de qualidade adquirido historicamente na formação de recursos humanos na área no país.
"Incentivamos professores e alunos a publicarem os resultados de suas pesquisas, dissertações e teses em revistas internacionais", afirma Babinski.
Ela anuncia novas linhas de pesquisa sobre problemas da variação climática em 2008.
Outro ramo de exatas em expansão é a ciência da computação. Hoje com 49 cursos de pós no país, registrou crescimento de 200% em dez anos.
Nesta avaliação, dois programas com essa especialidade ganharam a nota máxima da Capes: o de informática da PUC-RJ e o de engenharia de sistemas e computação da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia) da UFRJ.
"O problema da avaliação é que foi muita informação ao mesmo tempo. Muito pouco do que sugerimos foi adotado", diz o ex- coordenador de área, Carlos José Pereira de Lucena.

Horizonte em expansão
Já Cláudio Esperança, coordenador do programa de engenharia de sistema e computação da Coppe, contestou o fato de a Capes não reconhecer congressos como meio de divulgação de pesquisas científicas.
"É injustiça, porque publicamos até mais do que programas de engenharia", diz Esperança. O curso da UFRJ, como o da PUC-RJ, recebeu nota sete após pedir recurso à Capes por ter ganhado um seis.
Para o diretor de avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro, a área de ciências da computação tem bom desempenho, mas ainda enfrenta um gargalo: a tímida formação de doutores.
"Não basta ter a "etiqueta" de doutorado, tem de doutorar. Computação promoveu mais de 40% de seus programas nesta avaliação. No sistema todo, a média [de aumento de notas] foi de 5%. No final, a área acabou com 20% de promoções."


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