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CIÊNCIAS HUMANAS
Excelência puxa diálogo com exterior
Tradicionais e bem avaliados, centros de referência conquistam pesquisador de outros países da América Latina
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A pós-graduação em ciências
humanas tem tradição: antropologia, geografia, história e sociologia estão entre os cursos
mais antigos de universidades
como USP, UFRJ e Unicamp,
que lideram conceitos nessas
áreas com programas implantados há mais de 20 anos.
Dos 321 programas avaliados, mais de 10% obtiveram nível de excelência, e a maior
concentração de notas (um terço), como no triênio anterior,
orbita ao redor da nota quatro.
Professores com dedicação
integral e investigações de vanguarda são atrativos para alunos vindos de todo o país e de
fora dele -gerando a tão procurada internacionalização, que
leva um programa à nota sete.
São comuns convênios de intercâmbio docente e discente,
pesquisas integradas entre países e publicação no âmbito internacional. Para os alunos, isso significa ampliar horizontes
e trocar conhecimento.
O diálogo internacional é resultado da qualidade dos estudos realizados aqui. Centros de
pesquisa brasileiros de sociologia, antropologia e arqueologia
são referência na América Latina, ampliando o número de
pesquisadores que chegam ao
país em busca de qualidade.
"No Brasil estão sendo feitas
pesquisas muito inovadoras na
minha área", explica a mexicana Nashieli Rangel Loera, 29,
doutoranda em antropologia
pela Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas), que
veio estudar o movimento dos
sem-terra como ampliação da
pesquisa sobre organizações
campesinas que desenvolvia
em seu país de origem.
Se os centros de referência
estão consolidados, o próximo
passo é difundir os programas
de pós-graduação "stricto sensu" por todo o país.
De acordo com Sérgio Adorno, representante da área de
sociologia, "está havendo uma
descentralização dos programas das capitais", originada pelo grande aumento no número
de alunos formados no nível
médio e no superior.
Busca frutífera
Nos centros de excelência, os
pós-graduandos são capacitados para gerar núcleos de sua
atividade em outras instituições, daí a preocupação constante em formar professores e
pesquisadores de bom nível para o ensino superior.
Mas a expansão dos programas pelo país não é razão para
diminuir viagens motivadas
pelo estudo, e sim estímulo ao
aprofundamento de diferentes
linhas de pesquisa.
Para quem procura instituição para desenvolver sua pesquisa acadêmica, professores
alertam sobre a importância de
achar um centro que tenha um
histórico na área de interesse.
"O aluno tem de avaliar as linhas de pesquisa da instituição
e seu projeto, avaliar seu interesse nessas linhas e procurar
professores que já tenham um
certo aporte na área. É importante a mobilidade de alunos
em busca de uma instituição
que ofereça aprofundamento à
sua temática", afirma Dirce
Suertegay, ex-representante da
área de geografia.
(CC)
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