|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Cobrança puxa a melhora dos conceitos
Medicina clínica se destaca; educação física e nutrição miram mesmo patamar
EDUARDO CAMPOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os programas de pós das
áreas de medicina 1 e 2 -referentes a especialidades clínicas
como cardiologia e psiquiatria,
em oposição à área cirúrgica-
são dos mais tradicionais.
Esses campos, que têm vasta
produção científica e bom número de cursos de excelência,
cresceram ainda mais nos últimos três anos. Em medicina 1,
subiu de um para três o número
de programas com conceito sete, e a quantidade dos nota seis
foi de sete para oito.
É unanimidade entre avaliadores e coordenadores de cursos que o rigor das últimas avaliações foi responsável pela melhora da qualidade. Produção
bibliográfica é essencial, e critérios mais rigorosos definem o
impacto dos periódicos.
"Há forte relação entre o êxito da publicação e a aplicabilidade de determinado estudo",
comenta Jair de Jesus Mari,
ex-representante da área de
medicina 2.
Programas de excelência, como o de nefrologia da Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo), dão muita importância
a isso. "Nenhum aluno entrega
dissertação ou tese sem antes
ter submetido seu artigo para
publicação em revista internacional", ressalta Miriam Boim,
coordenadora do programa.
"Publiquei dois trabalhos em
periódicos estrangeiros",
exemplifica Adriano Ammirati,
35, doutorando em doenças
cardíacas em pacientes renais.
Grande parte dos programas
considerados excelentes em
ciências da saúde investe muito
em pesquisa básica, que estuda
fenômenos a partir de seus fundamentos. Assim, reforçam o
caráter acadêmico e se diferenciam da especialização médica,
objetivo da residência.
Parceria internacional
Alguns programas estão vinculados a centros de tratamento, como o do Hospital A.C. Camargo, única instituição privada a receber conceito sete em
medicina 1, em oncologia.
O curso produziu 280 estudos no último trimestre, alguns
publicados em periódicos internacionais, e o hospital virou
instituição-irmã do MD Anderson Cancer Center, centro de
pesquisa sobre câncer.
O coordenador Luiz Fernando Reis aponta que nenhum
aluno que precisa de recursos
fica sem eles. "Estimulamos a
participação em congressos no
exterior, paga pela instituição."
Com critérios únicos em sua
avaliação, a área de ciências da
saúde acaba forçando comparação de campos diferentes, como educação física e setor médico, o que gera desvantagens.
"Estudos de educação física
não têm a mesma característica
da pesquisa básica, possuem
caráter mais prático", avalia
Eduardo Kokubun, ex-representante dessa área.
Com produção científica menor e menos anos de existência,
programas de fisioterapia ou
nutrição acabam recebendo
conceitos menores.
"Queremos justamente essa
avaliação equânime, cujo rigor
faz com que os programas melhorem", diz Raul Castro, coordenador do programa de pós-graduação em nutrição da UFPE (Universidade Federal de
Pernambuco), conceito cinco.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frases Índice
|