São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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CIÊNCIAS DA SAÚDE

Cobrança puxa a melhora dos conceitos

Medicina clínica se destaca; educação física e nutrição miram mesmo patamar

EDUARDO CAMPOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os programas de pós das áreas de medicina 1 e 2 -referentes a especialidades clínicas como cardiologia e psiquiatria, em oposição à área cirúrgica- são dos mais tradicionais.
Esses campos, que têm vasta produção científica e bom número de cursos de excelência, cresceram ainda mais nos últimos três anos. Em medicina 1, subiu de um para três o número de programas com conceito sete, e a quantidade dos nota seis foi de sete para oito.
É unanimidade entre avaliadores e coordenadores de cursos que o rigor das últimas avaliações foi responsável pela melhora da qualidade. Produção bibliográfica é essencial, e critérios mais rigorosos definem o impacto dos periódicos.
"Há forte relação entre o êxito da publicação e a aplicabilidade de determinado estudo", comenta Jair de Jesus Mari, ex-representante da área de medicina 2.
Programas de excelência, como o de nefrologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), dão muita importância a isso. "Nenhum aluno entrega dissertação ou tese sem antes ter submetido seu artigo para publicação em revista internacional", ressalta Miriam Boim, coordenadora do programa.
"Publiquei dois trabalhos em periódicos estrangeiros", exemplifica Adriano Ammirati, 35, doutorando em doenças cardíacas em pacientes renais.
Grande parte dos programas considerados excelentes em ciências da saúde investe muito em pesquisa básica, que estuda fenômenos a partir de seus fundamentos. Assim, reforçam o caráter acadêmico e se diferenciam da especialização médica, objetivo da residência.

Parceria internacional
Alguns programas estão vinculados a centros de tratamento, como o do Hospital A.C. Camargo, única instituição privada a receber conceito sete em medicina 1, em oncologia.
O curso produziu 280 estudos no último trimestre, alguns publicados em periódicos internacionais, e o hospital virou instituição-irmã do MD Anderson Cancer Center, centro de pesquisa sobre câncer.
O coordenador Luiz Fernando Reis aponta que nenhum aluno que precisa de recursos fica sem eles. "Estimulamos a participação em congressos no exterior, paga pela instituição."
Com critérios únicos em sua avaliação, a área de ciências da saúde acaba forçando comparação de campos diferentes, como educação física e setor médico, o que gera desvantagens.
"Estudos de educação física não têm a mesma característica da pesquisa básica, possuem caráter mais prático", avalia Eduardo Kokubun, ex-representante dessa área.
Com produção científica menor e menos anos de existência, programas de fisioterapia ou nutrição acabam recebendo conceitos menores.
"Queremos justamente essa avaliação equânime, cujo rigor faz com que os programas melhorem", diz Raul Castro, coordenador do programa de pós-graduação em nutrição da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), conceito cinco.


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